INTRODUÇÃONas transformações em curso desde as últimas décadas do século XX, projeta-se o papel estratégico da informação e do conhecimento em diferentes dimensões da vida em sociedade. Um aspecto que é hoje objeto de crescente atenção nesse debate diz respeito à indissociabilidade entre as dinâmicas cognitiva, informacional, inovativa e socioespacial.Este artigo parte do reconhecimento de que a produção, a socialização e o uso de conhecimentos e informações, assim como a conversão destes em inovações, constituem processos socioculturais e que tais práticas e relações inscrevem-se no espaço e na própria produção do espaço, em suas várias escalas.Boa parte da literatura mais recente sublinha especifi camente a importância do conhecimento tácito como fonte de inovação e competitividade, bem como o papel das interações locais na produção e na difusão desse conhecimento (Lundvall, 2002;Patrucco, 2003;Albagli;. Daí a conexão entre esse debate e noções como as de capital social, territorialidade, redes, bem como das chamadas aglomerações produtivas -distritos industriais, clusters, milieux innovateurs, arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais.Há, no entanto, lacunas no sentido de se definirem e desenvolverem metodologias e instrumentos de pesquisa que demonstrem empiricamente a relevância dos fluxos locais de conhecimento para a inovação e que evidenciem os fatores socioespaciais que interferem nesses fluxos.Este artigo procura primeiramente evidenciar as dimensões espaciais e socioinstitucionais da produção e difusão de conhecimentos e inovações, com base na revisão e síntese interpretativa da literatura. Em seguida, indicam-se algumas pistas para o desenvolvimento de parâmetros e instrumentos de pesquisa empírica que permitam incorporar tais dimensões na análise da dinâmica inovativa local, particularmente no que tange à produção e ao compartilhamento de informações e conhecimentos. Nas considerações fi nais, sugere-se uma agenda de pesquisa que permita prosseguir no aprofundamento e elucidação das questões tratadas no trabalho.
Este artigo foi submetido e avaliado na sessão para temáticas gerais. No entanto, pela proximidade do tema proposto para a presente edição, os autores foram convidados e aceitaram transferir o texto aceito para a edição "Métricas Alternativas e Ciência Aberta na América Latina". AbstractDiff erent funding and business model alternatives for Open Access to scientifi c publication have been discussed and tried, either by Gold open access journals or by the 'hybrid' ones. A growing number of both types of scholarly journals have adopted a publication fee -more specifi cally an Article Processing Charge -as their open access business model, a procedure that has been the subject of controversies. The objective of this study is to characterize Brazilian open access journals that adopt article processing charges. The main contribution of this study is to audit and support decision making of editorial policies and business models for open access that are being proposed by and for Brazilian journals. We defi ned a sample of Brazilian open access journals using article processing charges extracted from the Directory of Open Access Journals database in April 2018 along with their classifi cation in the Scimago Journal Ranking, Journal Citation Reports and Qualis Capes system, considered as an indicator of prestige of academic journals. The study reveals that a small number of Brazilian open access journals are currently applying article processing charges, with practices varying mainly according to fi elds of study, types of organization and classifi cation according to the Qualis system. ResumoDiferentes alternativas de fi nanciamento e de modelos de negócio para o acesso aberto às publicações científi cas vêm sendo discutidas e testadas, tanto por periódicos da chamada via dourada, quanto por periódicos híbridos. Um crescente número dessas duas modalidades de periódicos tem adotado uma taxa de publicação -mais especifi camente uma Taxa de Processamento de Artigo -como seu modelo de negócio, o que tem sido tema de controvérsias. O objetivo deste estudo é apresentar características de periódicos brasileiros de acesso aberto que adotam taxas de processamento de artigos. A principal contribuição do estudo reside em subsidiar e ´auditar´ políticas editoriais e modelos de negócio para o acesso aberto que vêm sendo propostos para e por parte dos periódicos TransInformação, Campinas, 31:e180045, 2019 http://dx.
INTRODUÇÃOA informação ocupa um lugar cada vez mais proeminente nas sociedades contemporâneas. A emergência de uma sociedade da informação associa-se a um espectro amplo e diverso de transformações, dentre as quais se destacam aquelas que caracterizam a configuração de um novo paradigma técni-co-econômico, baseado no desenvolvimento de um conjunto de tecnologias genéricas e na adoção de novos formatos organizacionais.As chamadas novas tecnologias compreendem um conjunto de aplicações de descobertas científicas, cujo núcleo central consiste no desenvolvimento de uma capacidade cada vez maior de tratamento da informação, bem como de sua aplicação direta no processo produtivo: seja de informação simbólica, por meio da comunicação inteligente entre máquinas ou por máquinas, como na microeletrônica e na informática; seja ainda da informação da matéria viva, por intermédio da engenharia genética, base das biotecnologias avançadas.No caso das biotecnologias, a diversidade biológica e genética é matéria-prima básica para os avanços que se observam nessa área, sendo transformada de mero recurso natural em recurso informacional. Verifica-se, por outro lado, desigual distribuição espacial de recursos biogenéticos e de recursos científico-tecnológicos. Enquanto a biodiversidade encontra-se majoritariamente situada em países em desenvolvimento (localizados nos trópicos, ao Sul), os conhecimentos que fundamentam as modernas biotecnologias estão amplamente concentrados em países de economia avançada (do Norte).O controle de informações estratégicas, bem como das "tecno-ciências" que permitem agregar valor a essas informações -ao agregarem valor aos novos produtos e processos a partir daí gerados -, passa então a ocupar um dos centros de disputa e de conflito no jogo de forças políticas e econômicas internacionais. Tal controle pode ser exercido tanto com o domínio do acesso aos recursos da biodiversidade, quanto por intermédio de instrumentos de proteção de direitos à propriedade intelectual, seja sobre as modernas biotecnologias, seja sobre os conhecimentos tradicionais de populações locais. Partindo dessas considerações, este artigo explora dois conjuntos de argumentos: 1) o de que a questão da biodiversidade deixa hoje de ser uma questão apenas ecológica, ou científico-tecnológica, para assumir também uma dimensão geopolítica; 2) o de que a "informacionalização" e a privatização da vida constituem duas facetas desse mesmo processo.
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