IntroduçãoEmbora muitos estudos têm avaliado e proposto a inclusão de familiares no tratamento de pessoas com comportamentos obsessivo-compulsivos, 1-5 poucos analisam os processos de interação familiar como responsáveis pelo desenvolvimento e pela gravidade de tais comportamentos.O objetivo deste artigo é analisar relações familiares como mantenedoras e produtoras do transtorno obsessivocompulsivo (TOC).A análise apresentada baseia-se no estudo de Calvocoressi et al, 6 que, partindo da suposição de que a investigação sobre as interações entre família e paciente é fundamental em função das conseqüências para os paciente e a família, desenvolveram uma Escala de Acomodação Familiar. Os autores definiram "acomodação" como a participação da família nos comportamentos associados aos rituais do paciente e às modificações na rotina diária familiar.Se o TOC for considerado como repertórios mantidos por reforço negativo -fuga e esquiva -, 7,8 ao lado de compreender sua origem, é importante compreender as variáveis que os mantêm. Na base dessas variáveis, estão as interações sociais (especialmente as familiares) mantidas pelo indivíduo.Análise das relações familiares revela que a acomodação familiar é uma característica das famílias de pacientes com TOC. 6,9 Ou seja, os familiares têm participação direta nos rituais e muitas vezes transformam o cotidiano da família baseados nos comportamentos compulsivos.Para compreender esses resultados, é só atentar para o fato de que a presença de uma pessoa com comportamentos obsessivo-compulsivos inevitavelmente produz mudanças na Abstract Keywords vida daqueles que com ela convivem. Como afirmam LivingstonVan Noppen et al, 2 "talvez em nenhum outro transtorno psiquiátrico seja a família tão inexoravelmente envolvida na doença como no TOC".Esse envolvimento pode variar desde ajudar em tarefas simples, falar infinitas vezes sobre o mesmo assunto, submeterse a rituais de descontaminação ou organização ou mesmo conformar-se com a impossibilidade de utilizar cômodos da própria casa.Como afirmam Koran et al, 10 pacientes com TOC relataram deterioração nas situações de trabalho, escola e família, tanto nas relações sociais quanto no desempenho de tarefas relacionadas a essas três instâncias. Isto significa, muito freqüentemente, a perda do emprego, o abandono da escola, o rompimento de laços de amizade e a ausência de atividades de lazer. Geralmente a família enfrenta essas conseqüências sem qualquer suporte econômico, emocional e mesmo sem qualquer orientação específica profissional de como lidar com o paciente.Parece razoável supor esse contexto em que se insere a família -de um lado premida pela ausência de recursos, e de outro, pelas necessidades do paciente -como o fator responsável pela generalidade da acomodação familiar.A ausência de suporte profissional específico para a família conduz à suposição de que ela age de maneira que não é planejada, sistemática e avaliada. Ao contrário, a ação da família é natural, intuitiva, inconsciente, emocional. Essa oposição de estilos de atuação ...
O presente trabalho apresenta uma revisão crítica dos critérios diagnósticos e modelos de determinação da anorexia e bulimia, a partir de publicações veiculadas no International Journal of Eating Disorders. Questiona, particularmente, a noção de determinação interna destes transtornos, enfatizando a questão da fobia de peso (fat phobia) como um exemplo deste modo de interpretação. A recuperação do modelo biocomportamental de anorexia induzida por atividade física (activicty anorexia), e do conjunto de experimentos que o embasam, pretende incitar a consideração de explicações alternativas aos transtornos alimentares, sem a necessidade de apelo para variáveis cognitivas ou emocionais como determinantes destes transtornos.
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