Além de apresentar implicações inerentes a qualquer adoecimento, o câncer de mama feminino é também um dos cânceres mais temidos, por afetar não apenas o corpo anatômico, mas principalmente alguns aspectos psicossociais da paciente. Dentre estes, destaca-se sua imagem corporal. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão sistemática de artigos que abordaram a imagem corporal no câncer de mama, com descrição do conteúdo da produção encontrada. Para tanto, realizou-se uma revisão dos artigos publicados entre 2000 e 2010 em revistas científicas indexadas, por meio de busca nas bases de dados bibliográficos SciELO, PubMed, PePSIC e PsycINFO. Concluiu-se que o adoecimento por câncer da mama acaba por adoecer também a imagem corporal da mulher assistida, e que seu impacto varia conforme o tipo de procedimento cirúrgico escolhido, os tratamentos complementares adotados, a rede de apoio que cerca a paciente e suas características individuais. A alteração na imagem corporal tem múltiplas implicações na vida sexual e conjugal da mulher, afetando as relações com seu círculo social e consigo mesma, influenciando sua autoestima e seu sentimento de feminilidade e podendo levar a sintomas de ansiedade e depressão. Embora avanços tenham sido verificados no estudo da relação entre imagem corporal e câncer de mama, esta pesquisa aponta para a existência de um campo fértil de investigação sobre o tema, ainda pouco explorado.
Este trabalho constitui um desdobramento da pesquisa "Avaliação psicossomática do risco de adoecimento em mulheres com história familiar de câncer de mama", realizada no Centro de Psicologia Aplicada da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, desde 1999. Propõe, neste sentido, uma articulação entre os níveis individual e familiar da avaliação psicossomática do risco de adoecimento nesse tipo de enfermidade. Destaca, nessa direção, a função materna como operador de análise, buscando dar conta de ambos os níveis de avaliação: no nível individual, remetendo à qualidade da internalização da função de continente provida pela mãe; e, no nível familiar, buscando capturar, pelos mecanismos de interfantasmatização, a eficácia do grupo familiar como representante da função materna continente. Baseia-se, para tanto, na Psicossomática Psicanalítica, sobretudo nos estudos da Escola de Psicossomática de Paris sobre o funcionamento mental nas somatizações, e em psicanalistas estudiosos da família, concebida como "corpo materno" e lugar de ancoragem das excitações, conflitos e fantasmas circulantes entre os membros do grupo. A partir do estudo de um dos casos investigados na pesquisa, lança-se mão da Análise de Discurso, tanto nas três entrevistas individuais quanto nas três entrevistas de família. O caso tomado demonstrou ser adequado ao propósito do estudo em questão.
Fundamentado na psicanálise e no conceito de suporte social, este trabalho busca explorar as repercussões psíquicas do adoecimento de mulheres com câncer de mama e o potencial de reintegração do Grupo de Suporte. Os resultados apontam para o fortalecimento das defesas psicossomáticas, através dos vínculos estabelecidos no Grupo, considerado um espaço promotor de holding, por propiciar suporte social, compartilhamento de sentimentos e melhor integração entre psíquico e somático, possibilitando a reinserção social e o enfrentamento da doença.
Sabe-se que o câncer de mama é uma patologia que afeta um número considerável de mulheres e levanta diversos questionamentos entre os profissionais da saúde. A história familiar é considerada um fator de risco e os profissionais das diversas áreas da saúde apontam-na como fator decisivo na determinação de aspectos relativos ao processo de adoecimento. Entretanto, a história familiar é abordada de maneiras distintas pelos diferentes profissionais, de acordo com o enfoque tomado. O presente artigo propõe uma leitura global da história familiar considerando as diversas "heranças" que atravessam e constituem o sujeito. A partir da análise de instrumentos como o heredograma e o genograma, observa-se que, enquanto o saber médico se ocupa de uma história familiar que está previamente determinada por fatores genéticos e, portanto, pouco acessível à intervenções preventivas, o saber psicológico busca o que há de particular na história familiar do sujeito e na maneira como este se insere na trama das relações que compõem essa história. Desse modo, abre-se a possibilidade de re-significar essa história e de encontrar uma outra via que não a do adoecer. Propicia-se, a partir daí, um espaço de discussão onde saberes e práticas interdisciplinares possam se complementar na perspectiva de uma integralidade na prevenção e promoção da saúde.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.