A fala da pessoa com Down se difere da fala de pessoas sem síndrome. Diante disso, questionamos se tal diferença é meramente auditiva ou se tem implicação para o sistema linguístico. Neste trabalho, objetivamos mostrar, através da análise do espaço vocálico, que oposições fonológicas são mantidas nos diferentes tipos silábicos e como, em termos acústicos, essas oposições são garantidas. Na análise acústica, pautamo-nos na Teoria Fonte-Filtro (Fant, 1960); na caracterização das vogais usamos a proposta de Matzenauer e Miranda. (2009). Foram analisados dados de 08 sujeitos, divididos em: 04 sujeitos com síndrome de Down e 04 sem síndrome, para fins de comparação; todos eles naturais e moradores de Vitória da Conquista/BA -Brasil, com faixa etária entre 17 e 21 anos de idade. A hipótese que sustenta a pesquisa é a de que as vogais produzidas por esses sujeitos apresentam características fonéticas diferenciadas, porém tais características não afetam o sistema linguístico que permanece preservado, isto é, as oposições fonológicas são mantidas.Palavras chave: espaço vocálico; geometria vocálica; síndrome de Down.Keywords: Down"s syndrome; Vowel area; Vowel Geometry. Abstract:The speech, in Down's syndrome population, is different, but is necessary to know if this difference is only phonetic or if it changes the linguistic system. This paper aims at analyzing the vocalic area in Down"s syndrome and to show that phonological oppositions are maintained in the speech of people with DS, i.e. the difference in vocalic production in DS is only acousticarticulatory. The analyzing was conducted by Acoustic Theory of Speech Production (Fant, 1960) and by vowel geometry"s proposal (Matzenauer and Miranda, 2009). In this research we analyze data of the 04 people with DS and 04 people without syndrome. Everybody was born and lives in Vitoria da Conquista, Bahia -Brazil, and have 17 or 21 years old. The research"s hypothesis is the vowels produced by DS people are phonetically different but these differences don"t change the phonological system.
Entre as várias descrições que a literatura especializada registra sobre as características da pessoa com síndrome de Down (SD), destacam-se o déficit cognitivo, o atraso no desenvolvimento linguístico e a fala um tanto peculiar com omissões e trocas de segmentos. Na produção oral, essas modificações comprometem o desempenho fonético e podem, em certa medida, comprometer a inteligibilidade da fala dessas pessoas. Considerando a importância desse aspecto para a comunicação, foi realizado o presente estudo sobre os processos fonológicos (PFs) na fala de pessoas com SD, à luz da Teoria da Geometria de Traços, delineada por Clements e Hume (1995), e da Teoria Métrica da Sílaba, proposta em Selkirk (1982), estabelecendo-se as seguintes hipóteses: a) que as trocas e omissões encontradas na fala configuram processos fonológicos tanto de substituição quanto de estrutura silábica, e ; b) que os modelos teóricos citados podem auxiliar na compreensão do PFs que eventualmente ocorrem na fala de sujeitos com SD. A pesquisa se desenvolveu a partir da análise de oitiva e transcrição fonética da produção oral de 12 sujeitos com SD, na faixa etária entre 10 e 30 anos, posterior identificação, catalogação e análise dos processos fonológicos detectados em tais produções. Por meio do estudo feito, foi constatado que: i) com exceção de dois sujeitos que apresentaram apenas PFs de estrutura silábica, todos apresentam PFs, tanto de substituição quanto de estrutura silábica, ii) na produção oral dos sujeitos participantes, há uma tendência à simplificação de segmentos e de estruturas mais complexas, à semelhança do que ocorre durante a aquisição oral mesmo entre indivíduos adultos pesquisados; iii) há indícios de não especificação fonológica do valor de traços na fala de alguns sujeitos.Entre as várias descrições que a literatura especializada registra sobre as características da pessoa com síndrome de Down (SD), destacam-se o déficit cognitivo, o atraso no desenvolvimento linguístico e a fala um tanto peculiar com omissões e trocas de segmentos. Na produção oral, essas modificações comprometem o desempenho fonético e podem, em certa medida, comprometer a inteligibilidade da fala dessas pessoas. Considerando a importância desse aspecto para a comunicação, foi realizado o presente estudo sobre os processos fonológicos (PFs) na fala de pessoas com SD, à luz da Teoria da Geometria de Traços, delineada por Clements e Hume (1995), e da Teoria Métrica da Sílaba, proposta em Selkirk (1982), estabelecendo-se as seguintes hipóteses: a) que as trocas e omissões encontradas na fala configuram processos fonológicos tanto de substituição quanto de estrutura silábica, e ; b) que os modelos teóricos citados podem auxiliar na compreensão do PFs que eventualmente ocorrem na fala de sujeitos com SD. A pesquisa se desenvolveu a partir da análise de oitiva e transcrição fonética da produção oral de 12 sujeitos com SD, na faixa etária entre 10 e 30 anos, posterior identificação, catalogação e análise dos processos fonológicos detectados em tais produções. Por meio do estudo feito, foi constatado que: i) com exceção de dois sujeitos que apresentaram apenas PFs de estrutura silábica, todos apresentam PFs, tanto de substituição quanto de estrutura silábica, ii) na produção oral dos sujeitos participantes, há uma tendência à simplificação de segmentos e de estruturas mais complexas, à semelhança do que ocorre durante a aquisição oral mesmo entre indivíduos adultos pesquisados; iii) há indícios de não especificação fonológica do valor de traços na fala de alguns sujeitos.
Como apontam alguns trabalhos, os movimentos corporais e/ou faciais carregam consigo informações prosódicas, funcionando, assim, como uma prosódia visual. Nesse sentido, entendemos que esses movimentos podem fornecer pistas importantes para que um ouvinte possa inferir sentidos compatíveis às intenções do falante. Partindo dessa discussão, o objetivo deste trabalho é descrever os padrões gestuais e acústicos das perguntas retóricas do Português Brasileiro (PB). Com vistas a investigar se diferentes tipos de pergunta possuem diferentes características acústicas e gestuais, fizemos uma descrição gestual, através do Elan 4.9.1 (LAUSBERG; SLOETJES, 2009), e uma descrição acústica, através do Praat 5.2.01 (BOERSMA; WEENINK, 2010), de 69 interrogativas retóricas obtidas por meio da análise de 6 entrevistas no Brasil. Para a análise gestual, baseamo-nos nos sistemas de código facial de Ekman e Friesen (1976) e de análise gestual de Bressem (2013). Para a discriminação das atitudes presentes nas interrogativas retóricas, utilizamos como base os estudos de Fónagy (1993), Antunes (2007), Moraes, Miranda e Rilliard (2012) e Moraes et al. (2010). Nossos resultados mostraram que não há gestos e curva melódica característicos de determinadas atitudes presentes nas perguntas retóricas, mas, ainda assim, endossaram mais ainda a importância desses gestos na marcação de interrogativas.
Linguagem na infância: fala, escrita, multimodalidade, sinais e leitura __________________________________________ Language in childhood: speaking, writing, multimodality, signs and reading El lenguaje en la infancia: hablar, escribir, multimodalidad, señas y lectura O presente número da revista Estudos da Língua(gem) é composto de 12 artigos. Há, entre eles, dois elementos em comum. O primeiro é o tema: todos se voltam ou para a fala ou para a leitura ou para escrita de crianças. O segundo é sua procedência: todos relatam resultados de investigações expostos no XXXV Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística, no GT Estudos em Aquisição da Linguagem, que ocorreu -de forma remota -na Universidade Estadual de Londrina entre os dias 09 e 11 de dezembro de 2020.No entanto, no interior do tema comum que os recobre -Linguagem na infância: fala, escrita, multimodalidade e sinais -, diferentes aspectos da língua e da linguagem são colocados em destaque. No campo fonológico, seus aspectos segmentais são abordados por Carmen Lúcia Barreto Matzenauer e por Lourenço Chacon e Marciel Antonio Alves da Silva. Em Matzenauer, com base em dados de aquisição fonológica de crianças brasileiras, a autora discute a relevância de se vincularem as áreas da Aquisição da Linguagem e da Teoria Fonológica tendo como elemento em comum o segmento, visto como unidade da fonologia. Nesse vínculo, o destaque é para três diferentes perspectivas em função das quais o segmento é tomado: como co-ocorrência de traços, como constituinte silábico e como integrante de classe natural. Em Chacon e Silva, são investigadas relações entre a ortografia infantil e aspectos fonético-fonológicos da língua.
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