Este artigo se propõe a investigar as influências do cinema de horror no longa-metragem Trabalhar Cansa (Juliana Rojas e Marco Dutra, 2011), buscando, a partir de algumas escolhas de mise-en-scène e montagem, perceber como o filme conjuga realismo e estratégias fantásticas, suspense e humor, produzindo uma figuração multifacetada dos medos contemporâneos da classe média brasileira.
A obra analisa as relações de classe em filmes brasileiros do período pós-retomada, entre ficções e documentários, realizando também aproximações com o cinema de outros tempos. Agrupados em pequenos conjuntos, filmes como “Que horas ela volta?”, “O som ao redor”, “Doméstica”, “Santiago” e “Um lugar ao sol” são colocados em diálogo numa perspectiva comparativa que oferece ao leitor um olhar crítico sobre tendências de nossa época. A partir da observação de aspectos formais, a autora avalia as tensões, os conflitos e os afetos entre personagens de classes distintas. O livro é fruto da pesquisa de doutorado de Mariana Souto, vencedora do Prêmio Capes de Teses em 2017.
Resumo Este artigo propõe debater e adensar os estudos comparativos no cinema, campo carente de sistematização. Informados pelas contribuições de autores e áreas distantes – de um lado, Walter Benjamin, de outro, a astronomia -, aventamos um método comparatista próprio: as constelações fílmicas. Um exemplo de constelação (os musicais trabalhistas) é demonstrado no intuito de exercitar essa metodologia de análise, que tem como característica uma grande abertura para a sensibilidade dos pesquisadores na experiência com as imagens. As constelações advêm da liberdade de estabelecer conexões entre partes dispersas, fundada em um pensamento que escapa ao linear e busca a criação de redes entre filmes.
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