Conhecer melhor o que se chama de dependência de smartphone (DS) é importante para a prática clínica. Nos últimos 10 anos, um corpo de evidências clínicas e epidemiológicas foi produzido em vários países. Esses estudos apontam fatores sociodemográficos, hábitos de vida, transtornos psiquiátricos e traços de personalidade associados à DS. Contudo, não há estudos de revisão que sintetizem os resultados. Objetivamos revisar a literatura sobre os fatores associados à DS. Foi realizada uma revisão bibliográfica sistemática nas bases de dados PubMed e SciELO. Restringimos a busca aos artigos publicados nos últimos 10 anos. Excluímos revisões de literatura, estudos pré-clínicos e opiniões de especialistas. Na fase final, selecionamos 42 artigos. Os fatores sociodemográficos associados à DS foram sexo feminino, idade entre 18 e 25 anos e alta renda familiar. Os hábitos de vida foram cronótipo noturno, baixa atividade física e sedentarismo. Os conteúdos mais associados à DS foram as redes sociais. As síndromes de dependência mais associadas à DS foram as relacionadas ao álcool e tecnológicas. Os transtornos e/ou sintomas psiquiátricos associados foram os transtornos depressivos e ansiosos, o estresse e a insônia. Por fim, os traços de personalidade associados foram alta impulsividade, alta agressividade, baixa autoestima, personalidade do tipo A e personalidade multitarefa. Existe um corpo de evidências que mostra semelhanças entre os achados epidemiológicos encontrados para a DS e para outras formas de dependência. Mais estudos são necessários para aprofundar o nosso conhecimento sobre esse tema.
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