INTRODUÇÃOO centro deste artigo é o corpo, no espaço urbano, como objeto discursivo, recortando-se três instâncias: o vigiar, o punir e o significar. Lançamos nosso olhar sobre este objeto textualizado por meio do texto-imagem que circulou, na capa da revista Veja, em fevereiro de 2014, dando visibilidade a uma sociedade que continua a vigiar e a punir. Essa legitimidade ocorre pelo poder, conforme Foucault (2008), e por memórias que retornam e sustentam o discurso da atualidade pela ideologia, conforme Pêcheux (1999Pêcheux ( , 2009. Com isso, instauram efeitos de evidência, pela inscrição do acontecimento em espaços de memória, funcionando como "o sempre já aí da interpelação ideológica que fornece/impõe a 'realidade' e o seu 'sentido' sob a forma da universalidade." (PÊCHEUX, 2009, p. 151).Vale destacar, entretanto, que as condições de produção em torno das punições e das prisões pela política do corpo, trabalhadas por Foucault, são distintas do castigo
Embasados na perspectiva da Análise de Discurso (AD), postulada por Michel Pêcheux, na França, e Eni Pulccinelli Orlandi, no Brasil, entendemos a contradição como um elemento fundamental na produção de sentidos e discursos, sendo ela constitutiva do dizer, sinalizando para a incompletude e não transparência da língua. Neste sentido, analisamos, neste trabalho, como a produção de sentidos é atravessada pelas relações língua/sujeito/história, desorganizando os discursos e os efeitos de sentidos, atestando para a evidência de que ao dizer o sujeito é autônomo. Nosso corpus é composto de comentários na rede social Facebook sobre a campanha da cerveja Puro Malte Rosa Vermelha Mulher e, por ele buscamos refletir como se produz o efeito contrário, ou a contradição, discursivamente, nas relações de sentidos e sujeitos, movimento que permite o deslize, a falha e o sentido outro, em discurso. Retomamos as noções de sujeito e suas tomadas de posição, a ideologia e a contradição como elementares para o processo de constituição e formulação do dizer, espaço movente de deslocamento e (des)organização de sentidos e sujeitos.
Resumo Este artigo tem por objetivo aproximar as noções de autor, autoria e enunciado a partir, sobretudo, de pressupostos de Foucault (2008, 2009) e Costa (2016), em diálogo com Orlandi (1987, 1998, 2005), Gregolin (2003, 2004) e Pêcheux (2009), para, então, problematizar a dupla dimensão do nome de autor, a saber: o autor tomado como sujeito e como um enunciado. Em seguida, este trabalho discute sobre algumas materialidades próprias do nome de autor enquanto enunciado. Para isso, a discussão é pautada nos aspectos de uma sessão de autógrafos do discurso quadrinístico. Os resultados das reflexões aqui propostas reforçam a conceituação de enunciado complexo (COSTA, 2016) a partir da função que o nome de autor desempenha nos discursos que nele se fundam.
O homem como linguagem, a linguagem no lugar do homem, será o gesto desmistificador por excelência, que introduz a ciência na zona complexa e imprecisa do humano, no ponto onde se instalam (habitualmente) as ideologias e as religiões. É a Linguística que parece ser a alavanca dessa desmistificação; é ela que põe a linguagem como objeto da ciência, e que nos ensina as leis do seu funcionamento. (KRISTEVA, 1969, p. 14).A Revista Interfaces, da UNICENTRO, entra no décimo quarto ano de funcionamento. Nunca deixou de circular. Publicou pesquisas de Linguística, de Literatura, de Ensino e áreas afins, entendendo que a produção do conhecimento se dá em rede e demanda a mobilização de mais de um domínio e mesmo assim, não se constitui como totalidade. Na apresentação desse primeiro número de 2023, pensamos no que dizer sobre a área de Linguística e Literatura e perguntar sobre INOVAÇÃO, palavra que está em voga e com a qual precisamos conviver e praticar. Diante disso, há uma inquietação grande, tendo em vista que, olhando os precursores, aqueles que produziram conhecimento sobre a linguagem, e quando dizemos linguagem, dizemos Literatura, tanto pesquisaram e inovaram, sem relegar ou negar os precursores, tendo em conta que nada se cria sem um 'antes', que pode ser questionado, referendado e avançar, mas jamais desconsiderado.Com frequência vemos que as agências de fomento colocam a inovação como um dos critérios de avaliação dos nossos projetos. Diante disso, não podemos deixar de pensar e destacar o que é INOVAR e de nos posicionarmos, mostrando o quanto fazemos e o quanto esse nosso fazer redunda em ganhos nos demais domínios do conhecimento. Assumimos, do nosso lugar de pesquisadores, que produzir conhecimento é adentrar, como nos diz Kristeva (1969, p. 14), "na zona complexa do humano", introduzindo a ciência nessa 'zona', na qual "instalam-se (habitualmente) as ideologias e as religiões", num tempo em que os sujeitos negam a ideologia e ideologicamente se dizem neutros, mas o tempo todo repetem 'Deus abençoe', esvaziando o dizer, numa repetição infinda que faz pouco eco e não convence. O contraditório está em colocar no mesmo eixo, como faz Kristeva (1969), com muita propriedade, "o homem como linguagem, a linguagem no lugar do homem [...]", sem destacar o quanto a linguagem em sua não-transparência possibilita a inovação de sentidos, por meio de deslocamentos, de rupturas e do trabalho com o equívoco. Não temos INOVAÇÃO NA PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS: O QUE É? COMO FAZER?
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