Estratégias metodológicas que levem os estudantes a se engajarem em seu processo de aprendizagem têm sido discutidas e utilizadas na formação em cursos do Ensino Superior desde os anos 1990. Na formação pós-graduada, estratégias que envolvem mestrandos e doutorandos no levantamento de informações, elaboração de argumentações e análise de questões educacionais têm sido utilizadas nas disciplinas e em diferentes ações. Neste artigo, apresentamos uma experiência envolvendo a elaboração e apresentação de seminários em uma disciplina de um curso de mestrado em Educação. A experiência envolveu três aulas; os seminários foram organizados e apresentados por seis grupos de estudantes, seguido de discussão pela turma e pelas professoras da disciplina. Como resultado da discussão que nos propomos a fazer no artigo, observamos as implicações desses seminários para a compreensão do papel do referencial teórico como processo balizador da pesquisa educacional, bem como as contribuições para o desenvolvimento do conhecimento profissional docente, em especial, o (re)pensar e o (re)significar propostas e objetivos da educação como processo de formação de sujeitos.
Objetivo do artigo situa-se em identificar a pesquisa brasileira que tem os materiais curriculares como tema de investigação e refletir sobre os seus resultados. Para tanto, por meio da abordagem qualitativa e de caráter bibliográfico, realizamos um estudo do conhecimento. O corpus textual aqui tomado como objeto de estudo é composto por 25 pesquisas distribuídas entre teses e dissertações compreendidas no espaço temporal de 2013 a 2019. Os resultados indicam que a comunidade acadêmica brasileira de Educação Matemática tem buscado a compreensão mais acurada de aspectos da relação estabelecida entre professores e materiais curriculares, diminuindo sua intensidade sobre as características físicas dos materiais curriculares. O estudo acerca dessa relação tem se mostrado relevante e passível de outras investigações de modo que os conhecimentos deste campo continuem avançando.
A relação entre materiais curriculares e professores que ensinam Matemática tem sido objeto de estudo nos Estados Unidos desde o início dos anos 1990; no Brasil, mais recentemente, esse tema vem se constituindo enquanto campo de investigação no âmbito da Educação Matemática. No contexto das discussões brasileiras, este estudo tem por objetivo compreender o deslocamento de agência no uso de materiais curriculares por professores que ensinam Matemática. Embasados nas ideias sobre conhecimento profissional docente que está no bojo das discussões sobre a relação ora apresentada, bem como os conceitos de agência e deslocamento de agência que ocorrem no processo de planejamento e ação do professor, recorremos a uma entrevista semiestruturada com quatro professores que ensinam Matemática. Subsidiados pela lente metodológica do Núcleo de Significação, identificamos como resultado da apreensão dos sentidos e significados que ora os professores se assumem como agência, ora delegam a agência ao livro didático. Em algumas situações, os estudantes também são reconhecidos como agência, e há momentos ainda que os professores conferem o poder de decisão ou agência tanto aos materiais quanto a si mesmos, quase que simultaneamente. As discussões mostram que o deslocamento de agência requer mais compreensão do papel de professores e materiais no desenvolvimento curricular, assim como requer a mobilização de conhecimentos acerca da Matemática, seu ensino e dos currículos.
Os materiais curriculares, elementares ao desenvolvimento do currículo de Matemática e, portanto, moderadores da prática docente e indutores das aprendizagens dos estudantes, têm se configurado em objeto de estudo de pesquisadores. Diante desse caráter facilitador das ações docentes, temos como objetivo, neste trabalho, retratar a pesquisa brasileira sobre materiais curriculares, analisando os conceitos e definições dados ao termo, as lentes teóricas que subsidiam as investigações e a relação que se estabelece quando o professor manuseia o material. Para este fim, consideramos a abordagem qualitativa de uma pesquisa do tipo estado do conhecimento. Tomamos a produção brasileira sobre materiais curriculares como objeto de estudo, com um escopo de 25 pesquisas entre teses e dissertações realizadas entre os anos 2013 e 2019. Como resultados, pudemos observar que o olhar dos investigadores tem migrado das características físicas do material curricular para aspectos mais subjetivos da relação professor-material curricular.
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