O presente artigo objetiva analisar os desafios encontrados para a construção de práticas docentes em meio à pandemia da Covid-19, que forçou o isolamento social com o consequente fechamento das instituições escolares, em escala global, como uma medida de contenção à disseminação do vírus letal. Inicialmente, a partir de uma revisão bibliográfica, apresentou-se um panorama da crise sanitária mundial, passando em seguida para um levantamento dos principais obstáculos enfrentados pela educação para implementar o ensino remoto no Brasil em caráter de urgência. Ademais, tratou-se, especificamente, do impacto sobre o professor, pois, embora toda a comunidade escolar tenha sido atingida pela crise, ele é quem ficou com a difícil função de ensinar remotamente, mesmo não estando preparado para isso. Nesse contexto, propôs-se uma reflexão sobre a prática docente com fulcro nos ensinamentos de Zabala (1998), Cunha (2010), Tardif (2010) e Freire (1996) com o intuito de se mostrar que o imediatismo imposto pela crise não pode sobrepor às ideologias, práticas e condutas construídas ao longo de séculos pelos próprios docentes no exercício da sua profissão. Concluiu-se que o educador precisa reformular suas práticas de ensino para se adaptar à nova realidade, mas sem se abdicar do posto de produtor de conhecimentos, comprometendo-se com a formação integral do aluno sem ceder aos interesses da ordem mercadológica que vê a educação como simples mercadoria e o professor como simples transmissor de informações.