Resumo: O artigo propõe uma discussão sobre restituição e repatriamento de objetos e coleções indígenas, como forma de atendimento a direitos humanos. A problemática central está nos remanescentes humanos como musealia carregada de colonialismo nas construções da musealidade e na musealização. O que para o museu é “coisa” ou objeto, para os indígenas é um ser humano, conforme as visões e as vozes indígenas trazidas para o artigo, que reforçam uma visão da espiritualidade. Essa visão espiritual deve ser conhecida pelos profissionais dos museus para a construção de novas práticas museais e de novas relações entre indígenas e museus, todas elas baseadas no respeito.
Vivemos a globalização e na aldeia global. A eletrônica permite interações sociais antes só imaginadas por prenunciadores como McLuhan. Formas de interação ou uma nova tecedura social são continuamente criadas. Uma nova ótica se instala, onde os termos em que se processam as participações na globalização e transculturação são negociados entre o local e o global. Os processos culturais colocam-se como construções múltiplas - no tempo (memória) e no espaço (multilocalizadas) -, fragmentações reestruturadas e complexificadas. Os significados culturais são construídos por indivíduos e grupos mediados por complexa rede mundializada que não separa a cultura da comunicação. Face ao exposto, a comunicação museológica e a pesquisa de recepção em exposições lidam com as formas de participação dos museus na construção dos significados culturais no mundo globalizado.
Museologia, ciência ou trabalho prático? Esta pergunta nos persegue há décadas e, embora possamos responder como ciência, ainda não faltam outras respostas, como a terminologia e a metodologia para o que entendemos ser museologia como teoria. O artigo ele propõe uma discussão sobre pesquisa em museologia, tendo o fato museológico como objeto de estudo e uma realidade empírica como lugar de observação e análise.
Dentre todas as ações do processo museológico a comunicação vem se destacando sobremaneira, devido a vários fatores internos e externos ao museu. Internamente, os museus vêm aprimorando uma práxis operatória cíclica que se fecha, sem nunca se completar, na comunicação, especificamente na recepção do público. Externamente, o público de museus vem aumentando a sua consciência quanto aos seus direitos de sujeito cultural no processo de interpretação do patrimônio cultural musealizado. Essa dinâmica entre o interno e o externo-entre museu e sociedade, e entre os profissionais de museus e o público-cria um "lugar metodológico" para que os museus universitários-dentre vários aspectos-desenvolvam pesquisa comunicacional. A pesquisa em museologia, sabemos, não é e não está restrita aos museus universitários. Apesar disto, e sem negligenciar este aspecto, o museu universitário é um lócus primordial de pesquisa sistemática e permanente, não somente porque esta é uma de suas responsabilidades, mas, sobretudo, porque esta tipologia de museu tem, constitutivamente, a produção e a recepção unidas de forma indissociável. No Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, cabe à Divisão de Difusão Cultural a pesquisa museológica. Neste sentido, este museu está sendo apresentado como local de desenvolvimento e aplicação de pesquisa em museologia para análise. Este texto, então, tem como objetivo apresentar alguns aportes sobre comunicação museológica adotados pela Divisão de Difusão Cultural, para discussão. Ainda, pretendemos expor as nossas reflexões visando à ampliação de uma consciência sobre comunicação do patrimônio cultural musealizado.
Lo sagrado en el museo, la museología de lo sagrado-la espiritualidad indígena La discusión de lo sagrado en el museo puede tomarse por diferentes retos. En el artículo presentamos la espiritualidad indígena y cómo influye el trabajo en el museo, especialmente de la curaduría. Los argumentos se mantienen en acciones de colaboración y en los conocimientos indígenas en Brasil. Mantenemos que los museos son lugares sagrados, porque los objetos indígenas son sagrados y la parte sagrada hace parte de la vida de los pueblos indígenas. Los objetos musealizados indígenas sí mismo transportan las energías ancestrales, mientras evocan comunicación con los espíritus. Es una visión que pone los espíritos como curadores del museo, lo que requiere nuevos aprendizajes para nuevas situaciones museológicas. Palabras claves: Museología y lo sagrado, Espiritualida indígena, Curadoria y lo sagrado, Proceso colaborativo.
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