Pretende-se demonstrar que o avanço do Pentecostalismo na Amazônia se deve a vários fatores, um deles que merece destaque é o protagonismo de leigos frente às tarefas necessárias ao crescimento da religião pentecostal. Na região Norte de nosso país, a conduta avivalista encontrou ressonância na pajelança cabocla voltada para a questão da cura, resultando no que chamamos de pentecostalismo caboclo. Nesse sentido, a sociologia compreensiva foi o polo teórico de compreensão para esta pesquisa. Por este caminho teórico-metodológico, buscou-se explicar o protagonismo de homens caboclos e mulheres caboclas que contribuíram com a expansão do Pentecostalismo pela Amazônia e demais regiões brasileiras. A literatura que referencia o presente texto é Galvão (1955); Wagley (1955); Maués (2005) e Zeferino (2021), questionadores da categoria caboclo como resultante de hibridizações, aplicamos o termo caboclo ao campo religioso amazônico. Trata-se de uma análise que buscou mostrar que o movimento religioso que contagiou o Brasil no começo do século XX surgiu entre os caboclos da Amazônia. Desse modo, realizaram-se entrevistas com a membresia assembleiana que reside na capital e em alguns municípios amazonenses. Portanto, esse artigo permitiu concluir que o protagonismo caboclo foi o fundamento para a consolidação da tradição pentecostal no país.
No atual cenário acadêmico brasileiro temos observado a tendência exotizante utilizada como via para compreensão e análise das cosmovisões ameríndias serem substituídas por posturas mais tolerantes frente ao arcabouço de saberes construídos pelos primeiros habitantes do continente. No entanto, ainda é necessário procurar as causas que fazem com que o modo ocidental de organização do pensamento se torne tão refratário a outras formas de racionalidade. Empenhado em construir pontes a fim de aproximar lógicas diferenciadas de entendimento, apoiamos nossa análise nas teses de Claude Lévi-Strauss (1989; 2005), a fim de refletir sobre as peculiaridades constitutivas do pensamento amazônico, de acordo com constatações observadas nos trabalhos descritivo-analíticos de Belota (2012); Amazonense (2013) e Maisel (2014), desenvolvidos na pós-graduação strictu sensu da Universidade Federal do Amazonas. Da breve incursão, conclui-se que a lógica de funcionamento do pensamento primevo se encontra ainda presente nas práticas cotidianas das populações amazônidas. Por fim, sugerimos que a sistematização dos saberes produzidos deverá servir como base para a construção de políticas públicas voltadas para as redes de ensino em todos os níveis de formação.
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