RESUMO: Nas áreas onde se considera que os triatomíneos não se adaptaram aos domicílios, tem sido encontradas colônias, desses insetos, em casas habitadas por mamíferos silvestres ou sinantrópicos. As determinações de sangue feitas em triatomíneos, coletados nos domicílios ou seus anexos, apresentam concordância com os dados obtidos em exemplares capturados em biótopos naturais, desde que esses dados sejam reunidos em dois grupos: mamíferos e aves. Essas informações relativas às preferências alimentares das espécies de triatomíneos mais bem estudadas e a constatação de pré-adaptação à mudança de condições de ambiente ou de fonte de alimento, em vários grupos de seres vivos, conduziram às seguintes conclusões: 1 -Havendo condições para abrigo dos insetos, o desenvolvimento de colônias de triatomíneos, nos domicílios, independe de suas características. 2 -O elemento fundamental para a colonização de um biótopo artificial, por triatomíneos, é o vertebrado que habita esse biótopo. 3 -O fato de umas espécies ocorrerem em domicílios e outras em abrigos de aves, é decorrência de pré-adaptação. Na natureza a espécie é polífaga e tem preferência pela classe de vertebrado que habita o biótopo. 4 -A conclusão anterior permite alguma previsão sobre o que poderia ocorrer em regiões de colonização recente, como a Amazônica.
Foram reunidas as informações disponíveis sôbre a dispersão do T. infestans noNão é um fenômeno raro a dispersão das espécies invasoras se processar primei ramente de forma contínua até ocupar completamente determinada região, adian te da qual elas só conseguem se estabele cer em pequenas áreas isoladas. Três exemplos dêsse tipo de distribuição estão representados em mapas transcritos no li vro de Elton, em 1958 (12), hoje clássico, sôbre a ecologia das invasões, e com res peito a um dêles, o do fungo Eudothia parasitica, o autor informa que diversas in fecções isoladas foram erradicadas.É, também, um fato relativamente co mum os animais mudarem de nicho quan do encontram um outro desocupado, es tando nesse caso tôdas as espécies ruderais que, certamente, são mais antigas que o homem.Com base nessas idéias é que será feito o presente estudo sôbre a dispersão do T. infestans.
M á rio B. A ra g ã o *Foram reunidos resultados de testes de precipitina feitos com o conteúdo do tubo digestivo de triatom ineos. €ssas informações foram discutidas com base nas proporções de sangue de m am íferos e de ave, encontradas e em diversas observações relativas às espécies de vertebrados a que os triatom í-neos estão associados na natureza. O estudo englobou as seguintes espécies: B elm inus peruvianus, Panstro n g y lu s geniculatus, P anstrongilus h e rreri, P anstrong ylu s megistus, Psamm olestes te rtiu s , R hodnius neglectus, R h o d n iu s p ro lix u s ,T ria to m a a rth u rn e iv a i, T ria to m a d im id ia ta ,T ria to m a infestans, T ria to m a p ro tra c ta , T ria to m a rubrovaria e Triatom a sórdida.
INTRODUÇÃOTem preocupado diversos autores, o fato de algumas espécies de triatomineos forma rem colônias nos domicílios e seus anexos, e ou tras, apesar de atingirem esses locais, no estado adulto, não conseguirem desenvolver progênies. Chegou-se mesmo a concordar que haviam diver sos graus de adaptação ao dom icílio. 14 Rev. Soc. Bras. Med. Trop.Vol. XIV -N9 s 1 -3
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