Resenha do livro " A Fábrica de Ferro S. João do Ipanema: economia e política nas últimas décadas do segundo reinado (1860-1889)"
A trajetória histórica da Fábrica de Ferro São João de Ipanema em Sorocaba (SP) foi uma das mais longas quando se trata de empreendimentos públicos no Brasil. Seu desenvolvimento remonta ao final do período colonial e se estende até os anos finais do século XIX, com muitas contramarchas, interrupções em suas atividades, retomada de investimentos ao longo de mais de um século de funcionamento. Esteve em todo esse período sob o olhar do Estado imperial, ora vista como excessivo peso aos cofres públicos, ora apontada como solução modernizadora para o país. Neste artigo contemplei os aspectos históricos da Fábrica desde suas origens até o encerramento de suas atividades. O desenvolvimento do texto foi feito com base em uma periodização que busca demonstrar as várias fases pelas quais passou a companhia.
Este artigo tem como objetivo a identificação e interpretação dos elementos discursivos mobilizados pelo empresariado industrial de Minas Gerais filiado à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) por meio da revista Vida Industrial entre 1961 e 1964. Consideramos que tais estratégias tinham como objetivo estabelecer um consenso de classe e que sua urgência se dava em um quadro de crise econômica, política e social do modelo nacional-desenvolvimentista, sobretudo durante o governo de João Goulart. Ressaltamos as reivindicações da indústria em tempos de crise e a organização da retórica de oposição em um contexto de radicalização política e social. A retórica de exortação à união e coesão de classe buscou atribuir um sentido histórico ao papel “cívico” compreendido pelo empresariado mineiro em relação à nação brasileira.
árduo ao longo da vida, contribuiu imensamente para minha formação pessoal e profissional. À Isabel, minha esposa, amiga e companheira de momentos dificeis e de momentos de alegria, cujo espírito de luta e dedicação à pesquisa histórica, sempre foram meu maior exemplo, e aos meus sobrinhos, Lucas e Mateus que desde que nasceram tomaram minha vida um riso constante. v Agradecimentos Agradeço à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (F APESP) a concessão de Bolsa de Mestrado, que permitiu a realização dos créditos do curso de mestrado em História Econômica do Instituto de Economia da Unicamp, assim como, proporcionou os recursos necessários para que eu pudesse dedicar-me exclusivamente à pesquisa documental sobre o tema aqui apresentado. Agradeço aos professores do Instituto de Economia da Unicamp, em especial, ao Prof. Luiz Felipe de Alencastro, que orientou o trabalho até praticamente o final, sendo substituído por motivo de viagem, pela Prof". Wilma Peres Costa, que aceitou de bom grado a tarefa de continuar orientando-me, realizando a leitura do texto e contribuindo para sua conclusão. Agradeço também, à Prof"• Lígia Osório Silva, que acompanhou o trabalho desde o início, e juntamente com a Prof". Wilma, fizeram as criticas e sugeriram modificações quando da qualificação da dissertação. Agradeço ainda, ao Prof. Robert Slenes do IFCH da Unicamp, pela leitura atenta, pelas sugestões e críticas e por ter aceitado o convite para participar da banca de defesa.Agradeço aos colegas de curso, em especial, Fábio Alexandre dos Santos, Cláudia
ResumoEscravidão e indústria são temas de polêmicas discussões históricas. Pelo menos desde o século XIX, estudiosos de diversas áreas buscaram compreender as questões que envolveram o trabalho escravo em ambientes fabris. O problema central está em refletir sobre a suposta incompatibilidade do escravo frente ao labor industrial, constantemente ressaltada na historiografia que mostra o escravo como incapaz de se adaptar às atividades que exigiam destreza técnica e conhecimentos de máquinas, além de não se habituarem ao ritmo da produção industrial. Mas não somente isso; para alguns historiadores a dicotomia entre escravidão e indústria é algo mais sério, pois os esforços para se implantar indústrias seriam barrados pela presença da instituição escravista. Nesta tese, propus estudar o caso da Fábrica de Ferro São João de Ipanema, em Sorocaba (SP), buscando resgatar importantes pontos para a discussão das relações de trabalho escravistas em um empreendimento industrial.Discute-se preliminarmente, as visões sobre a escravidão industrial de forma comparativa entre o Brasil e os Estados Unidos com ênfase no século XIX. Por sua vez, para um melhor entendimento daquilo que se costumou denominar indústria no Brasil, segue-se uma abordagem sobre pré-indústria e protoindustrialização, pautando-se pelas principais referências teóricas européias e refletindo a respeito desses dois conceitos no caso do Brasil. Tal passo foi o caminho necessário para compreender historicamente a importância da Fábrica Ipanema, cuja trajetória foi analisada a partir de fontes primárias pertencentes ao estabelecimento e relatórios governamentais. Surge então a questão da mão-de-obra. Desde os primórdios, os escravos foram uma presença marcante entre os trabalhadores da companhia. Resgatar um pouco da história dos escravos que lá trabalharam, bem como de um outro grupo importante, os africanos livres, conduziu-nos a conclusões importantes. A disciplina de trabalho era contestada pelos dois grupos de trabalhadores, por meio de fugas, revoltas ou utilizando-se dos meios judiciais disponíveis que conseguiam. A violência da escravidão na Fábrica não era menor que aquela aplicada aos escravos nas fazendas de açúcar ou café. Os arranjos familiares eram presentes entre escravos e africanos livres que pretendiam constituir suas famílias, casando-se dentro da própria fábrica. Por fim, argumenta-se que a incompatibilidade entre escravidão e trabalho viii industrial necessita ser repensada, pois a história da Fábrica Ipanema é repleta de situações que exemplificam o contrário.
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