RESUMO:O artigo trata da relação entre exclusão e educação social. Objetiva trazer elementos que permitam uma discussão sobre a realidade e as concepções de exclusão/inclusão e educação social, com o fim de re-velar ideologias e interesses que as informam. Trabalha com a hipótese de que existe uma disputa entre projetos sociais e educacionais contraditórios, resultando, daí, estratégias de combate à exclusão e promotoras de inclusão, encarnadas em concepções e práti-cas de educação social, como resposta às demandas de políticas sociais públicas provenientes das populações de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. A problematização desses conceitos -exclusão e educação social -poderá contribuir à formulação de políti-cas para a educação pública.Palavras-chave: Exclusão. Educação social. Movimentos sociais. Trabalho e educação. EXCLUSION AND SOCIAL EDUCATION: SUPERFICIAL AND THOROUGH CONCEPTSABSTRACT: This paper approaches the relationship between exclusion and social education. It aims at bringing out elements that lead to discuss reality and conceptions of social exclusion/inclusion and social education to dis-close the ideologies and interests that inform them. It develops the hypothesis that some kind of dispute between contradictory social and educational projects have resulted in strategies to fight exclusion and promote inclusion that are based on social education practices, as a response to the public social policies * Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), coordenadora do GT "Trabalho e Educação" da ANPED e pesquisadora com o apoio da FAPERGS e do CNPq.
O artigo aborda a educação rural/do campo gestada nos movimentos sociais populares. Focaliza as experiências das Casas Familiares Rurais (CFRs) e das Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), vinculadas aos sindicatos de trabalhadores rurais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e associações comunitárias, e as experiências da Fundação de Desenvolvimento, Educação e Pesquisa da Região Celeiro (FUNDEP) e do Instituto de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (ITERRA), vinculadas à Via Campesina-Brasil. O objetivo é captar, nas experiências de formação que articulam trabalho-educação feitas por esses movimentos e organizações, as contradições expressas nas práticas/concepções de Pedagogia da Alternância. Tais contradições têm o potencial de iluminar os projetos de sociedade perspectivados pelos sujeitos coletivos que constroem suas propostas pedagógicas assentadas sobre a relação trabalho produtivo e educação escolar. Nesse sentido, a Pedagogia da Alternância pode apontar para uma relação trabalho-educação de novo tipo, tendo por base a cooperação e a autogestão. No entanto, pode também significar formas de controle das tensões sociais, acenando para a possibilidade de o agricultor permanecer na terra, bem como mascarar o desemprego, alternando educação profissional e estágio remunerado por meio de políticas de parceria com empresas que se tornam agentes de formação.
Re su moEste tra ba lho re sul ta de in da ga ções su ge ri das pela pes qui sa "Pe da go gi as de Espe ran ça nos Mo vi men tos So ci a is Po pu la res: Pers pec ti vas para o tra ba lho, a po lí ti ca e a edu ca ção pro je ta das pelo MST", que vem sen do de sen vol vi da na UFRGS. Nes te tex to, pro ble ma ti za-se o uso da ca te go ria ex clu são no que tan ge à sua po tên cia para iden ti fi car se os mo vi men tos soci a is po pu la res são ca pa zes de rom per pro ces sos de ex clu são e en con trar al ter na ti vas de tra ba lho, de re la ções so ci a is e de educa ção. Entre as pos si bi li da des de uso da ca te go ria, en con tra-se tan to o res pal do em Marx, quan do este re tra ça a gê ne se da rela ção ca pi tal-tra ba lho, quan to a de nún cia so bre a po bre za e a in to le rân cia como cons ti tu in tes da "nova ques tão so ci al". O viés cul tu ra lis ta, a fi li a ção à so ci o lo gia durk he i mi ni a na e a impre ci são con cei tu al, en tre tan to, im põem li mi tes à ca te go ria, que não con se gue al can çar a com pre en são da po bre za e do desem pre go como pro du zi dos pela luta de clas ses. Por tan to, não con se gue apre en der os mo vi men tos so ci a is po pu la res como pro du to res de al ter na ti vas so li dá ri as para o tra ba lho, a so ci e dade e a edu ca ção. Pa la vras-chaveEx clu são -Mo vi men tos Soci a is Popu la res -Edu ca ção.Cor res pon dên cia para: Rua Fer nan des Vi e i ra, 400/301 -Bom Fim 90035-090 -Por to Ale gre -RS ema il: ma ri be@adufrgs.ufrgs.br * Este tra ba lho foi apre sen ta do na 22ª Re u nião Anu al da ANPed, re ali za da em Ca xam bu, MG (26 a 30/09/99) no Gru po de Tra ba lho Mo vi men tos So ci a is e Edu ca ção, com o tí tu lo "Exclu são: pro ble mati za ção do con cei to para aná li se da edu ca ção pro du zi da nos mo vimen tos so ci a is po pu la res".
RESUMOO artigo problematiza a relação entre a cidadania e a educação das camadas populares. Tem por objetivo dialogar, no espaço e no tempo, com o conceito de cidadania, buscando averiguar se este possui conteúdo para infundir-se na educação das camadas populares e quais seus limites e possibilidades que precisam ficar claros para dar visibilidade e lugar a novos conceitos e práticas. Para alcançar tal objetivo os conceitos de cidadania e de educação são mergulhados na história e na filosofia, mais propriamente nas condições em que se assenta a constituição de um cidadão, deduzindo-se, a partir daí, a educação necessária a uma tal constituição. As contradições mostram as possibilidades e os limites da educação como via preferencial de acesso à cidadania, e o fato de que os movimentos sociais populares criam novas formas de produzir, de conviver e de se educar. Nesse processo, gestam novos conceitos cujos conteúdos, marcados pelas práti-cas de cooperação e solidariedade, parecem projetar a emancipação social em sentido mais amplo do que o proposto pelos princípios formais de liberdade e igualdade em que se assenta a cidadania burguesa. Assim, os movimentos sociais populares ampliam também o horizonte da educação para além da cidadania. Palavras-chaveCidadania e educação -Cidadania e movimentos sociais -Educação e participação política.
O artigo aborda as conexões históricas da educação do campo que, no seu processo de construção, articula a reforma agrária ao trabalho camponês, sendo esse processo, atravessado pelos conflitos entre as forças que representam o trabalho no campo, associado à reforma agrária e à educação, e às forças que representam o capital, vinculado às grandes propriedades rurais e ao agronegócio. Para fortalecer a educação do campo, é importante aprofundar a compreensão desse processo. Para isso, é necessário consultar a história, visando a desvelar os interesses contraditórios vinculados à reforma agrária, associada à relação entre o trabalho agrícola e a educação rural, o que garante ou não a permanência dos agricultores na terra. Com essa finalidade, a análise das conexões entre reforma agrária, trabalho agrícola e educação rural focaliza o período entre 1910 e 1970, abordando as políticas de cooperação norte-americanas estabelecidas com o governo brasileiro, que incluem assistência técnica e educação rural. E, na contramão dessas políticas, aborda ações e iniciativas dos movimentos sociais populares, com destaque para o Movimento de Educação de Base (MEB). Com isso, este estudo poderá contribuir para a compreensão das cercas que se colocam à educação do campo.
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