RESUMODiante da crescente influência das ações humanas insustentáveis sobre a biodiversidade, é de extrema urgência intensificarmos os esforços de conservação para revertermos os impactos ecológicos negativos. Para isso, é necessário o desenvolvimento de mais ferramentas para lidar de forma eficaz com as questões ambientais. Recentemente, o conhecimento ecológico local e a capacidade de percepção das mudanças ambientais por populações que vivem em contato direto com a natureza tem ganhado destaque na comunidade científica. Logo, esse conhecimento contribui de forma complementar com as pesquisas ecológicas convencionais. Assim, nesse estudo investigamos o conhecimento e a percepção de moradores da zona rural residentes próximos a riachos da sub-bacia do rio Santa Teresa, bacia do Alto Tocantins, em relação aos impactos ambientais sobre os riachos e os peixes. O estudo foi realizado com moradores da zona rural na região Norte de Goiás, abrangendo os municípios de Formoso, Mara Rosa, Montividiu do Norte e Trombas. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com questionário semi-estruturado, abordando o atual cenário ambiental local, as opções de uso da terra e a ictiofauna local. As informações obtidas foram analisadas sob uma perspectiva qualitativa e quantitativa. Em geral, os entrevistados percebem as mudanças ambientais e os principais impactos que causaram a perda da integridade ambiental regional, afetando os riachos. Também, destacaram a diminuição e/ou desaparecimento de algumas espécies de peixes. Além disso, demonstraram ter conhecimento ecológico relacionado à preferência de habitats, comportamento alimentar e dieta dos peixes. Este estudo evidenciou o valor do conhecimento ecológico das populações rurais do norte de Goiás. Os resultados podem ser utilizados para melhorar a pesquisa e gestão ambiental na região, bem como para aumentar a colaboração entre os gestores, pesquisadores e a população local.
O conhecimento de grupos étnicos sobre biodiversidade e ambiente natural pode ser uma importante alternativa para estabelecer políticas conservacionistas. Assim, este estudo avaliou a percepção das vegetações ripárias segundo trinta produtores rurais (N=30) no município de Diorama, mesorregião noroeste de Goiás, através do conhecimento empírico de vegetais e animais, uso dos recursos naturais, além de impactos ambientais nestas fisionomias e na paisagem. Os dados foram coletados mediante entrevistas com questionário semi-estruturado, e as informações obtidas analisadas qualitativa e quantitativamente. Sessenta e uma etnoespécies vegetais foram relatadas (S=61), sendo a maioria utilizada para fins medicinais (54%) e extração de madeira (33%). Foram relatadas sessenta e nove etnoespécies animais (S=69), sendo a caça uma atividade pouco citada, porém significativa entre os entrevistados (16%). A pesca, praticada por 33% dos entrevistados, serve apenas para recreação e subsistência, tendo sido abandonada por muitos com a redução da água e dos peixes nos mananciais. Todos os entrevistados declararam conservar a vegetação ripária para garantir os serviços ecossistêmicos. A substituição da paisagem nativa do município por atividades agropastoris foi associada por todos os entrevistados ao aumento da temperatura, redução das chuvas e da água nos mananciais. Este estudo demonstrou que os entrevistados possuem ampla percepção sobre as vegetações ripárias, usam significativamente seus serviços ecossistêmicos, e demonstram conhecimento sobre a importância da preservação para evitar prejuízos ambientais e econômicos. Entretanto, considerando a extração de madeira e a caça relatada por grande parte dos entrevistados, futuramente atividades de conscientização ambiental deveriam ser desenvolvidas nas comunidades estudadas. Mais estudos futuros sobre percepção das vegetações ripárias por produtores rurais são necessários, considerando a importância ecológica e econômica destas fisionomias, tanto no estado de Goiás quanto em todo o Cerrado.
Diante da crescente influência das ações humanas insustentáveis sobre a biodiversidade, é de extrema urgência intensificarmos os esforções de conservação para revertermos os impactos ecológicos negativos. Para isso, é necessário o desenvolvimento de mais ferramentas para lidar de forma eficaz com as questões ambientais. Recentemente, o conhecimento ecológico local e a capacidade de percepção das mudanças ambientais por populações que vivem em contato direto com a natureza tem ganhado destaque na comunidade científica. Logo, esse conhecimento contribui de forma complementar com as pesquisas ecológicas convencionais. Assim, nesse estudo investigamos o conhecimento e a percepção de moradores da zona rural residentes próximos a riachos da sub-bacia do rio Santa Teresa, bacia do Alto Tocantins, em relação aos impactos ambientais sobre os riachos e os peixes. O estudo foi realizado com moradores da zona rural na região Norte de Goiás, abrangendo os municípios de Formoso, Mara Rosa, Montividiu do Norte e Trombas. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com questionário semi-estruturado, abordando o atual cenário ambiental local, as opções de uso da terra e a ictiofauna local. As informações obtidas foram analisadas sob uma perspectiva qualitativa e quantitativa. Em geral, os entrevistados percebem as mudanças ambientais e os principais impactos que causaram a perda da integridade ambiental regional, afetando os riachos. Também, destacaram a diminuição e/ou desaparecimento de algumas espécies de peixes. Além disso, demonstraram ter conhecimento ecológico relacionado à preferência de habitats, comportamento alimentar e dieta dos peixes. Este estudo evidenciou o valor do conhecimento ecológico das populações rurais do norte de Goiás. Os resultados podem ser utilizados para melhorar a pesquisa e gestão ambiental na região, bem como para aumentar a colaboração entre os gestores, pesquisadores e a população local.
O conhecimento de grupos étnicos sobre biodiversidade e ambiente natural pode ser uma importante alternativa para estabelecer políticas conservacionistas. Assim, este estudo avaliou a percepção das vegetações ripárias segundo trinta produtores rurais (N=30) no município de Diorama, mesorregião noroeste de Goiás, através do conhecimento empírico de vegetais e animais, uso dos recursos naturais, além de impactos ambientais nestas fisionomias e na paisagem. Os dados foram coletados mediante entrevistas com questionário semi-estruturado, e as informações obtidas analisadas qualitativa e quantitativamente. Sessenta e uma etnoespécies vegetais foram relatadas (S=61), sendo a maioria utilizada para fins medicinais (54%) e extração de madeira (33%). Foram relatadas sessenta e nove etnoespécies animais (S=69), sendo a caça uma atividade pouco citada, porém significativa entre os entrevistados (16%). A pesca, praticada por 33% dos entrevistados, serve apenas para recreação e subsistência, tendo sido abandonada por muitos com a redução da água e dos peixes nos mananciais. Todos os entrevistados declararam conservar a vegetação ripária para garantir os serviços ecossistêmicos. A substituição da paisagem nativa do município por atividades agropastoris foi associada por todos os entrevistados ao aumento da temperatura, redução das chuvas e da água nos mananciais. Este estudo demonstrou que os entrevistados possuem ampla percepção sobre as vegetações ripárias, usam significativamente seus serviços ecossistêmicos, e demonstram conhecimento sobre a importância da preservação para evitar prejuízos ambientais e econômicos. Entretanto, considerando a extração de madeira e a caça relatada por grande parte dos entrevistados, futuramente atividades de conscientização ambiental deveriam ser desenvolvidas nas comunidades estudadas. Mais estudos futuros sobre percepção das vegetações ripárias por produtores rurais são necessários, considerando a importância ecológica e econômica destas fisionomias, tanto no estado de Goiás quanto em todo o Cerrado.
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