Understanding variability in the composition of aquatic assemblages requires a multiscale perspective, since processes operating at different spatial scales (from regional to local) drive the community assembly. Here, the relative importance of environmental variables on fish species composition in streams of the Brazilian savanna (Cerrado) is assessed and quantified at local and landscape scales. The importance of both local and landscape environmental variables in structuring fish assemblages was supported. Local variables explained a substantially higher amount of variance of fish assemblages than landscape variables. However, the shared explanation indicate that landscape variables had a complementary effect. The streams sampled were mostly headwaters at similar altitudes and with similar watershed sizes, so the sensitivity of the fish assemblages, even to small landscape gradients, is highlighted. Maintaining these important instream habitat characteristics close to natural conditions seems to be essential for conserving stream fish species, and for this, the landscape context should be taken into account. Considering the near‐pristine condition of the streams studied, these findings can be used as a reference for further studies addressing the effects of human modifications on stream fish biodiversity of the Cerrado.
Riffles are unique habitats regarding to assemblage structure. However, understanding how these assemblages respond to environmental variations in small spatial extents, as within a stream, is a challenge. We assess whether the quantitative structure and the trophic composition of fish assemblages vary predictably among stream riffles. We predict that the variation of environmental conditions will explain species abundance and trophic composition, with the latter presenting higher predictive power, since species would be filtered according to their traits (e.g. diet). Moreover, we expect that the low among-riffle dispersal limitation within a stream and the strong habitat filtering would result in lower importance of spatial variables in the structure of riffle fish assemblages. We tested these predictions by studying 18 riffles of a stream in the Central Brazil. Environmental variables, but not spatial ones, were the most important in explaining the variation in assemblages structure. Environmental variables explained a greater portion of the trophic structure variation (R 2 = 0.62) than of abundance (R 2 =0.37), indicating that the variation on the trophic traits at community level are more predictable. These results also indicate that these assemblages are subject to environmental control, highlighting the importance of riffle characteristics in driving ecological processes within streams.Corredeiras são habitats singulares no que se refere à estrutura das suas assembleias. Entretanto, a compreensão sobre como essas assembleias respondem às variações ambientais em pequenas extensões espaciais, como dentro de um riacho, ainda é um desafio. Avaliamos se a estrutura quantitativa das assembleias de peixes, assim como a sua composição trófica variam previsivelmente entre corredeiras de riachos. Predizemos que a variação nas condições ambientais explicará a abundância das espécies, assim como a sua composição trófica, entretanto, com uma maior proporção da variação explicada para a segunda, já que as espécies seriam filtradas de acordo com seus atributos (e.g. dieta). Além disso, esperamos que a pequena limitação para a dispersão entre as corredeiras de um mesmo riacho, associada à forte filtragem ambiental, resultaria em uma menor importância de variáveis espaciais na estruturação das assembleias de corredeiras. Para testar essas predições, estudamos 18 corredeiras de um rio do Brasil Central. As variáveis ambientais, e não as espaciais, foram mais importantes para explicar a variação na estrutura das assembleias. As variáveis ambientais explicaram uma maior proporção da variação da composição trófica (R 2 =0,62), em comparação com a abundância (R 2 =0,37), indicando maior previsibilidade na variação dos atributos relacionados a dieta em nível de comunidade. Esses resultados também indicam que essas assembleias são sujeitas a forte controle ambiental, destacando a importância das características desses habitats nos processos ecológicos dentro dos riachos.
RESUMODiante da crescente influência das ações humanas insustentáveis sobre a biodiversidade, é de extrema urgência intensificarmos os esforços de conservação para revertermos os impactos ecológicos negativos. Para isso, é necessário o desenvolvimento de mais ferramentas para lidar de forma eficaz com as questões ambientais. Recentemente, o conhecimento ecológico local e a capacidade de percepção das mudanças ambientais por populações que vivem em contato direto com a natureza tem ganhado destaque na comunidade científica. Logo, esse conhecimento contribui de forma complementar com as pesquisas ecológicas convencionais. Assim, nesse estudo investigamos o conhecimento e a percepção de moradores da zona rural residentes próximos a riachos da sub-bacia do rio Santa Teresa, bacia do Alto Tocantins, em relação aos impactos ambientais sobre os riachos e os peixes. O estudo foi realizado com moradores da zona rural na região Norte de Goiás, abrangendo os municípios de Formoso, Mara Rosa, Montividiu do Norte e Trombas. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com questionário semi-estruturado, abordando o atual cenário ambiental local, as opções de uso da terra e a ictiofauna local. As informações obtidas foram analisadas sob uma perspectiva qualitativa e quantitativa. Em geral, os entrevistados percebem as mudanças ambientais e os principais impactos que causaram a perda da integridade ambiental regional, afetando os riachos. Também, destacaram a diminuição e/ou desaparecimento de algumas espécies de peixes. Além disso, demonstraram ter conhecimento ecológico relacionado à preferência de habitats, comportamento alimentar e dieta dos peixes. Este estudo evidenciou o valor do conhecimento ecológico das populações rurais do norte de Goiás. Os resultados podem ser utilizados para melhorar a pesquisa e gestão ambiental na região, bem como para aumentar a colaboração entre os gestores, pesquisadores e a população local.
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