A mineração é um dos mais importantes setores da economia mundial, exercendo grande impacto na evolução tecnológica da humanidade. O século XX foi um período decisivo para o setor, no qual a exploração mineral cresceu de forma substancial em termos internacionais. Paralelamente, houve um aumento do número de casos de rompimentos de barragens de rejeito de minério no mundo, inclusive no Brasil. Nesse sentido, o trabalho apresenta um panorama sobre eventos de rompimentos de barragens de rejeito entre os anos de 1910 e 2019. Os dados obtidos apontam para uma predominância de casos de rompimento ao longo das décadas de 1960, 1970 e 1980, além de uma transição da ocorrência destes eventos da Europa para a América do Sul e para a Ásia. É dada ênfase a quatro grandes incidentes: Aznalcóllar (Espanha, 1998), Mount Polley (Canadá, 2014), Fundão (Brasil, 2015) e Brumadinho (Brasil, 2019). O texto traz características da legislação minerária em cada um desses países associando com os eventos citados.
Os recentes desastres com rompimentos de barragens de rejeito em Minas Gerais (Mariana em 2015 e Brumadinho em 2019) evidenciam a gravidade dos impactos socioambientais e as ameaças à qualidade ambiental no país. O objetivo do trabalho é analisar a distribuição espacial das barragens de rejeito de minério nas regiões hidrográficas brasileiras (RHs) e a consequente configuração de bacias hidrográficas de risco. Para isso, o panorama espacial foi complementado pela caracterização quantitativa e qualitativa das estruturas e de seus níveis de risco por RHs, à luz da legislação nacional, permitindo a identificação das bacias com maior perigo de ocorrência de rompimento (bacias de risco). Os resultados sinalizam a existência de nove bacias de risco no país, concentradas principalmente nas RHs São Francisco e Atlântico Sudeste, exigindo maior atenção do aparato gestor e das autoridades.
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