Resumo Neste estudo, observamos a articulação e construção discursiva sobre o tema da agricultura de base ecológica nas reportagens de capa da revista Globo Rural. Temos como objetivo geral identificar como a revista Globo Rural constrói o discurso sobre agriculturas de base ecológica ao atuar no tensionamento entre os discursos que aí circulam. A partir dos trajetos de sentidos aliados ao enquadramento discursivo, refletimos sobre os aspectos socioculturais no dizer da revista. A partir deles, notamos a dominação da racionalidade econômica, que busca esvaziar ideologicamente o discurso do ambientalismo. Assim, observamos a operacionalização da “nova economia do campo” enquanto enquadramento discursivo de Globo Rural, fundamentado nas lógicas de mercado da ruralidade hegemônica e na apropriação do ideário ecológico de algumas ruralidades contra-hegemônicas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) destacou em 2019 que a população mundial vivendo em áreas urbanas chegou a 55% tendendo a crescer a 70% até 2050. Mas as cidades ainda carecem de políticas públicas de resiliência com objetivo de mitigar os efeitos e adaptar sua infraestrutura urbana diante da mudança climática (PBMC, 2016). Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul (Brasil), já foi atingida por ciclones e inundações, estiagem e ondas de calor, entre outros efeitos. Considerando a importância da notícia devido à capacidade de nutrir a “ação política possível” e mobilizar as comunidades (Park, 2008), o artigo recorta uma análise de conteúdo qualitativa da circulação de informações pelos agentes públicos e jornais locais sobre a crise climática.
Os observatórios de mídia podem ser vistos como atores políticos que apresentam resistências, com o papel social de apontar aos públicos outras formas de ver os acontecimentos. A partir desse entendimento, o Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental (GPJA), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), percebeu que a criação de um observatório dedicado à cobertura de meio ambiente poderia não só extrapolar os muros da universidade, levando as reflexões acadêmicas para outros espaços e praticando a extensão a partir de atividades de ensino e pesquisa, como também qualificar o debate ambiental no contexto brasileiro, fomentando o exercício efetivo da cidadania planetária. Este texto, de caráter analítico-exploratório, apresenta a iniciativa e discute os desafios associados à crítica jornalística ambiental. Ressaltam-se, como considerações finais, os limites identificados na produção empírica, decorrentes de uma lógica jornalística nem sempre associada à cidadania, e na própria manutenção dos projetos de extensão nas universidades, fatores que restringem o potencial pedagógico dos observatórios e, nesse caso, do debate sobre jornalismo ambiental.
Este estudo explora uma análise dos sentidos produzidos por reportagens sobre mudança climática e eventos climáticos extremos nos jornais Folha de São Paulo e O Globo no ano de 2016. Utiliza procedimentos teórico-metodológicos referentes à Análise do Discurso (Pêcheux, 1995; 2008; Orlandi, 2007). O mapeamento dos sentidos possibilitou examinar a construção discursiva de jornais de referência acerca de questões socioambientais emergentes. Por fim, essas formações indicaram a insegurança com um futuro perigoso que já vem sendo apresentado por danos catastróficos no presente, bem como a existência de enfrentamentos ineficazes e conflitos de deveres. Palavras-chave: Jornalismo ambiental. Mudanças climáticas. Análise do Discurso. Jornalismo.
En este estudio, observamos la articulación y la construcción discursiva sobre el tema de la agricultura de base ecológica en las historias de portada de la revista Globo Rural. Nuestro objetivo general es identificar cómo esa revista construye el discurso sobre la agricultura ecológica al actuar bajo la tensión entre los discursos que circulan en ese medio de comunicación. A partir del trayecto de sentido vinculado al marco discursivo, reflexionamos sobre los aspectos socioculturales presentes en esa revista. Con base en ellos, notamos el dominio de la racionalidad económica, que busca despejar ideológicamente el discurso del ambientalismo. Por lo tanto, observamos la operación de la “nueva economía del campo” como un marco discursivo de Globo Rural, basado en la lógica de mercado de la ruralidad hegemónica y en la apropiación de la ideología ecológica de algunas ruralidades contrahegemónicas.
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