A obra, que reúne o material teórico recente produzido pelos pós-graduandos da área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, com pesquisas em curso no ano de 2015, celebra os vinte anos de atividades de comparativismo dedicado ao universo de obras escritas em Português, no âmbito da FFLCH/Universidade de São Paulo. A edição é um panorama do que de mais significativo tem sido pesquisado e elaborado teoricamente em torno do trabalho literário existente no Brasil, em Angola, Cabo Verde, Moçambique, Timor-Leste e Portugal. Os textos não apenas revelam o registro de reflexões e investigações particulares a um campo específico, como também contribuem para pesquisa e teorização sobre literatura em diferentes áreas do conhecimento: história, política, filosofia, educação, antropologia e cultura, e os entrelaçamentos desses saberes com linguagens artísticas, principalmente o cinema e as artes visuais, confirmando "um teor eminentemente transdisciplinar de crítica e criação teórica".
RESUMO: Estudo do aspecto fílmico da imagem em Illuminations, de Rimbaud, e do vínculo que, a partir daí, a obra estabelece com a representação da cidade moderna. Em artigo publicado na Folha de São Paulo, o cineasta Arnaldo Jabor evidenciou a antevisão do cinema em uma fotografia tirada por Rimbaud em Aden (Egito). No interior da foto (1883), que retrata um homem sentadoñ ão se sabe bem se um vendedor ambulante de café ou se um mendigo-, entre utensílios e objetos em ruínas, há, por um segundo, o movimento de seu rosto, "um leve desfoque na cabeça do abissínio", (Jabor 1991: p. 5-3) tornando o quadro focado pelo poeta-fotógrafo "um flagrante, mas não de um fato ou ação", e sim de uma imobilidade. Mas uma iniabilldade que parece mover-se. ferver nas moléculas como um quadro de Van Gogh ou o trecho de um "travelling" de Resnais. Não capta o movimento de algo precioso; apenas um homem IlO chão, parado. A foto quer sugar o inerte. Diz-se que afotofoi tomada do balcão da loja em que o poeta trabalhava, em Aden. Isto transforma afoto num "contracampo ", um espelho domundo de Rimbaud, um avesso. De um lado, um europeu fugitivo com um aparelho moderno, de outro, o milênio. * Recebido para publicação emjulho de 1996. ** Professor assistente de Teoria da Literatura do Departamento de Semiótica e Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da UFMG.
UFMG R R R R RESUMO ESUMO ESUMO ESUMO ESUMOInspirado na filmografia de Jean Eustache, este ensaio focaliza seu trabalho sob os signos da fala, da visão e da fabulação, estudando, também, o romance Damien, de Lucile Laveggi, baseado na vida e nos filmes do cineasta. De onde vem a matéria fabulativa do cinema? A literatura ainda se mostra como a principal provedora das imagens? Quando a força da narratividade afirma-se nas seqüências de cinema mais impactantes e conseqüentes, ocorre por obra de uma formulação especificamente visual? Ou haveria a ênfase numa imagem do literário veiculada pelos filmes, na negociação de um aval culturalmente mantenedor do padrão de qualidade que sustenta a indústria em nome de uma certa concepção de arte? Em contato com o arsenal cinematográfico contemporâneo, reportável à multiplicidade dos formatos e de sua difusão, torna-se essencial destacar o onipresente vínculo à configuração técnica/tecnológica em que os diversos módulos fílmicos (dos mais longos aos mais instantâneos/simultâneos) são produzidos e do qual se valem como dado inerente à fabulação neles articulada. Tal vínculo inscreve-se materialmente nos filmes e explicita-se dos modos mais variados, a ponto de se dizer que cada filme nada mais difunde do que o relato nascido de suas implicações materiais -cada filme conta o modo como é produzido (já assinalou Godard), essa é a sua história.A inevitável aderência aos meios de produção de imagens fica ainda mais realçada quando se observa o momento presente em sua sincronia com as transformações dos códigos relativos à visão, aos modos de pensar e processar conhecimento, e com a redefinição dos espaços da arte. Dimensionamentos e instrumentações na ordem do ver cinema, que se efetivam no primado da féerie tecnotrônica e do entretenimento massivo, inesgotável, monitorado em "gêneros" e segmentos de público, sejam por obra do horror ou do sexismo, do filme-para-rir ou de culto à violência, quando não é o caso da reverência ao estetismo, sob o lastro do literário, do romanesco, largamente distribuído pelas corporações de imagens. Tudo parece, porém, mais intensificado em torno das dimensões do falar, ver e fabular quando são revistos certos momentos da realização cinematográfica nos quais o debate em torno da escrita e da utilização da palavra como substrato do fazer conceitual-instrumental dos filmes põe em discussão a imagem como empreitada industrial, como empresa maquinadora de ficções prontamente legíveis e codificadas, mesmo aquelas provenientes de uma concepção roteirística bem acabada, inspirada em peças literárias, comprometidas com a griffe de arte.
Este artigo analisa as estratégias narrativas desenvolvidas pela filmografia de Chantal Akerman, enfatizando a articulação entre corpo e cultura. Põe foco no diálogo promovido pela diretora com as transformações históricas ocorridas desde os anos 1970, na criação de diferentes formas e estilos cinematográficos.
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