Introdução: O Strongyloides stercoralis é um nematoide intestinal que infecta mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo causando estrongiloidíase. Esta é uma infecção potencialmente grave em indivíduos imunossuprimidos, a exemplo de receptores de transplante de órgãos sólidos, podendo se manifestar em suas formas mais severas (hiperinfecção e estrongiloidíase disseminada), que são comumente fatais. Diante disso, são necessários protocolos que visem triar doadores e receptores quanto a presença deste parasito, com o objetivo de reduzir a ocorrências das formas graves de estrongiloidíase e suas complicações. Objetivo: Descrever os protocolos mundialmente aplicados a doadores e receptores de transplante de órgãos sólidos para a prevenção de estrongiloidíase disseminada em receptores e suas complicações. Material e métodos: Foi conduzida uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados MEDLINE e EMBASE a partir da utilização dos descritores “strongyloidiasis”, “transplantation”, “clinical protocol”, “screening” e “organ transplantation”, combinados com o operador booleano AND, com a seleção de artigos publicados entre os anos de 2016 e 2021. Após a aplicação de critérios de inclusão e exclusão, nove artigos foram analisados para esta produção. Resultados e discussão: Os testes sorológicos para diagnóstico de estrongiloidíase são sensíveis e específicos, principalmente o ELISA, sendo altamente recomendados para investigação em doadores e receptores. Aqueles IgG positivos para Strongyloides, sintomáticos ou não, indivíduos com eosinofilia inexplicável ou sorologiadesconhecida e os que moram ou viajaram para áreas endêmicas precisam ser tratados com ivermectina antes da doação/recepção de órgãos. Receptores de doadores falecidos IgG positivos para Strongyloides, com sorologia desconhecida e/ou eosinofiliainexplicável, devem tomar ivermectina após o transplante. De maneira complementar, é recomendada a realização do exame parasitológico de fezes com a utilização de métodossensíveis à detecção de larvas de helmintos para a investigação da presença do parasito antes da realização do transplante. Conclusão: De acordo com a literatura pesquisada, os protocolos comumente empregados para a prevenção de estrongiloidíase disseminada em receptores de órgãos sólidos consistem na investigação sorológica e parasitológica em doadores e receptores, além da utilização de ivermectina profilaticamente.
No abstract
Durante a pandemia de COVID-19, foram observadas manifestações atípicas em pacientes pediátricos em diversas regiões do mundo, e o conjunto desses sintomas caracterizou uma nova patologia denominada Síndrome Inflamatória Multissistêmica em Crianças (MIS-C), ou Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica Temporariamente associada ao COVID-19 (PIMS-TS). O objetivo desta revisão foi analisar as manifestações clínicas e as possíveis complicações relacionadas a tal quadro inflamatório. Foi realizada uma busca por artigos científicos nas bases de dados Embase, PubMed e Web of Science, por meio da combinação dos descritores “MIS-C”, “PIMS-TS” e “COVID-19”. Após a análise dos artigos encontrados, e considerando critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 15 estudos para compor esta revisão. A maioria dos estudos mencionaram complicações gastrointestinais, cardiovasculares, respiratórias e mucocutâneas. Ademais, foram encontrados marcadores que indicavam estado inflamatório generalizado e coagulopatia. Assim, concluiu-se que MIS-C provavelmente é uma síndrome manifestada após a infecção por SARS-CoV-2, podendo ocasionar quadros mais graves, mas com baixas taxas de mortalidade.
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