RESUMO O Museu Nacional pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro e sofreu um trágico incêndio poucos meses depois de comemorar seu bicentenário em 2018. Trata-se da instituição de ciência mais antiga do Brasil. Seu acervo é revelador de muitas histórias. Este artigo analisa a trajetória da Coleção Quintino Pacheco e da jangada Libertadora, ambas reunidas na última década da escravidão e diretamente ligadas à luta pela liberdade. A vida social dessas coisas é reveladora das ações humanas que lhe deram significações e é de nosso interesse entender como diferentes atores colocaram o valor desses objetos em disputa.
Rattaché à l’Université fédérale de Rio de
Janeiro, le Musée National a été ravagé par un tragique incendie
quelques mois après avoir fêté son bicentenaire, en 2018. C’est la
plus ancienne des institutions scientifiques du Brésil. Son fonds
recèle de nombreuses histoires. Cet article analyse la trajectoire de
la collection Quintino Pacheco et de la jangada Libertadora, toutes deux
incorporées dans la dernière décennie avant l’abolition de l’esclavage
et directement liées à la lutte pour la liberté. La vie sociale de ces
pièces est révélatrice des actions humaines qui leur ont attribué des
significations. Je souhaite montrer ici comment différents acteurs ont
remis en question leur valeur.
Este trabalho trata da construção da Praça dos Ex-Combatentes do município de São Gonçalo, Rio de Janeiro, e analisa os elementos que a compõem, buscando compreender os usos e os sentidos a ela atribuídos naquele espaço urbano. Erguida durante a ditadura militar, em 1970, portanto vinte e cinco anos após o retorno dos expedicionários, a construção da referida praça contou com o apoio dos governos estadual e municipal, da sociedade e, obviamente, dos militares, os quais cederam as peças que fizeram da praça um monumento aos heróis da Segunda Guerra Mundial. A edificação de imaginárias urbanas em memória dos ex-combatentes foi uma prática comum em diversas cidades do Brasil. A praça em questão, entretanto, possui a particularidade de apresentar aos transeuntes objetos usados durante o conflito, transformando-a em um museu a céu aberto e em um lugar de memória. Além disso, nela encontramos valorados elementos da educação cívica e militar, tais como o apelo ao patriotismo, à ordem e ao trabalho.
<p>Este trabalho apresenta a personagem Celenia Pires Ferreira e, a partir da sua</p><p>trajetória, analisa a atuação de missionários protestantes em Angola e a sua</p><p>colaboração com o colonialismo português. Professora em Campina Grande,</p><p>Paraíba, e missionária da Igreja Congregacional, Celenia Pires foi para Angola</p><p>em 1929, onde permaneceu por seis anos. Em 1936, doou ao Museu Nacional</p><p>do Rio de Janeiro uma coleção de objetos etnográficos adquiridos entre os</p><p>ovimbundos, grupo com o qual conviveu enquanto esteve em missão. Dentre os</p><p>objetos doados, há algumas publicações que circularam nas escolas missionárias</p><p>do planalto central de Angola, nas décadas de 1920 e 1930, que contribuíram para</p><p>a difusão das bases ideológicas do colonialismo e que são o foco desta análise.</p><p><strong>Palavras-chave</strong>: colonialismo - Angola - missão protestante - coleção - impressos.</p>
Resumo O texto se concentra nos anos de 1929 a 1934, período durante o qual a missionária Celenia Pires residiu e trabalhou em Angola, onde organizou uma coleção de objetos posteriormente doados ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. Partindo dos objetos de sua coleção e de suas cartas, o texto discute questões sobre a atuação da Missão Congregacional em Angola no período colonial português.
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