RESUMO Este artigo trata da política industrializante dos governos Lula, com o objetivo de explicar por que ela fracassou. Isso é feito em três momentos distintos. Primeiramente, tratamos das ideias que orientaram as políticas industriais do período. Em segundo lugar, mostramos, com base em conjunto sintético de informações, que os objetivo pretendidos, em sua maioria, não foram alcançados. Finalmente, analisamos o insucesso dessas políticas como base na ausência de viabilidades (intelectual, administrativa e política) do conjunto de ideias que norteou o empreendimento.
ResumoO ensaio bibliográfico analisa a literatura que ficou conhecida como virada ideacional. Seu objetivo é, primeiro, resumir as críticas dessa literatura às perspectivas institucionalistas com as quais ela dialoga; segundo, sistematizar suas vantagens teóricas e, por fim, identificar o ferramental metodológico utilizado pelos autores que se filiam a ela. O ensaio baseia-se na análise de uma ampla gama de livros e artigos publicados sobre o assunto nos últimos 20 anos. Por meio dessa revisão bibliográfica, fomos capazes de mostrar como a literatura da virada ideacional permite incluir as ideias nas explicações dos fenômenos políticos. A inclusão das ideias, por sua vez, exige uma postura metodológica pluralista que pode significar avanços importantes para a ciência política.Palavras-chave: virada ideacional; institucionalismo discursivo; construtivismo; comparação; process tracing. I. Introdução 1A partir dos anos 1990, ocorreu na literatura especializada em diversas áreas (relações internacionais, políticas públicas, política econômica) o que se convencionou chamar de "virada ideacional" (ideational turn) (Hay 1996;2008;Goldstein 1988;Goldstein & Keohane 1993;Berman 1998;Blyth 1997;Béland 2005; 2009b;2010;Béland & Hacker 2004;Schmidt & Radaelli 2004; Schmidt 2010;Schmidt & Thatcher 2013). Assumindo postura crítica diante dos limites explicativos dos diversos institucionalismos até então vigentes (escolha racional, histórico e sociológico), a "virada ideacional" defende que somente a inclusão das ideias dos atores políticos poderia explicar adequadamente os processos decisórios. Assim, em termos muito gerais, essa literatura defende que ideias importam.Essa proposição, no entanto, não é nenhuma grande novidade. Os clássicos das ciências sociais são pródigos em defender tal premissa, com mais ou menos estofo empírico, em diversos trabalhos. Alexis de Tocqueville e Max Weber são, nesse quesito, dois exemplos incontornáveis. Max Weber é, aliás, o autor clássico mais citado pela literatura aqui revisada, em função da famosa passagem na qual o sociólogo alemão se refere às ideias como "manobreiros que determinam os trilhos pelos quais a ação é impulsionada pela dinâmica dos interesses" (Weber 1981, p.280). Não menos importante são as considerações de Tocqueville sobre os aspectos intelectuais da Revolução Francesa e o sentido quase religioso que a filosofia do século XVIII deu à Revolução ao pensar o homem abstrato e seus direitos universais (Tocqueville 2003). Mesmo no terreno menos fértil do marxismo clássico, não podemos esquecer as considerações de Engels, em carta a Bloch, sobre o papel desempenhado na história pela "tradição que perambula como um duende no cérebro dos homens" (Engels s.d., pp.284-285) ou as referências de Marx ao peso opressivo do passado sobre o cérebro dos vivos (Marx s.d., p.203).
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