Os avanços no controle do tabagismo no Brasil podem ser verificados na redução da prevalência nas últimas duas décadas. As estatísticas de óbitos, ocorrência de eventos e custos diretos atribuíveis às doenças tabaco-relacionadas não são estimadas com frequência no país. O objetivo deste artigo foi estimar a carga do tabagismo em 2011, em termos de mortalidade, morbidade e custos da assistência médica das principais doenças tabaco-relacionadas. Desenvolveu-se um modelo econômico baseado em uma microssimulação probabilística de milhares de indivíduos através de coortes hipotéticas que considerou a história natural, os custos diretos em saúde e a qualidade de vida desses indivíduos. O tabagismo foi responsável por 147.072 óbitos, 2,69 milhões anos de vida perdidos, 157.126 infartos agudos do miocárdio, 75.663 acidentes vasculares cerebrais e 63.753 diagnósticos de câncer. O custo para o sistema de saúde foi de R$ 23,37 bilhões. O monitoramento da carga do tabagismo é uma importante estratégica para informar aos tomadores de decisão e fortalecer a política pública de saúde.
A prevalência do tabagismo no Brasil reduziu sobremaneira nas últimas décadas, mas o país ainda tem uma elevada carga de doença associada a este fator de risco. O objetivo deste trabalho foi estimar a carga de mortalidade, morbidade e custos para a sociedade associada ao tabagismo em 2015 e o potencial impacto gerado em desfechos de saúde e para a economia a partir do aumento de preços dos cigarros por meio de impostos. Foram desenvolvidos dois modelos: o primeiro é um modelo matemático baseado em uma microssimulação probabilística de milhares de indivíduos usando-se coortes hipotéticas que considerou a história natural, custos e a qualidade de vida destes indivíduos. O segundo é um modelo de impostos aplicado para estimar o benefício econômico e em desfechos de saúde de diferentes cenários de aumento de preços em 10 anos. O tabagismo foi responsável por 156.337 mortes, 4,2 milhões de anos de vida perdidos, 229.071 infartos agudos do miocárdio, 59.509 acidentes vasculares cerebrais e 77.500 diagnósticos de câncer. O custo total foi de R$ 56,9 bilhões, dos quais 70% corresponderam ao custo direto associado à assistência à saúde e o restante ao custo indireto devido à perda de produtividade por morte prematura e incapacidade. Um aumento de 50% do preço do cigarro evitaria 136.482 mortes, 507.451 casos de doenças cardiovasculares, 64.382 de casos de câncer e 100.365 acidentes vasculares cerebrais. O benefício econômico estimado seria de R$ 97,9 bilhões. Concluiu-se que a carga da doença e econômica associada ao tabagismo é elevada no Brasil e o aumento de impostos é capaz de evitar mortes, adoecimento e custos para a sociedade.
Background Worldwide, smoking tobacco causes 7 million deaths annually, and this toll is expected to increase, especially in low-income and middle-income countries. In Latin America, smoking is a leading risk factor for death and disability, contributes to poverty, and imposes an economic burden on health systems. Despite being one of the most effective measures to reduce smoking, tobacco taxation is underused and cigarettes are more affordable in Latin America than in other regions. Our aim was to estimate the tobacco-attributable burden on mortality, disease incidence, quality of life lost, and medical costs in 12 Latin American countries, and the expected health and economic effects of increasing tobacco taxes.Methods In this modelling study, we developed a Markov probabilistic microsimulation economic model of the natural history, medical costs, and quality-of-life losses associated with the most common tobacco-related diseases in 12 countries in Latin America. Data inputs were obtained through a literature review, vital statistics, and hospital databases from each country: Argentina,
This study aimed to identify the direct costs of hospitalizations due to three smoking-related groups of diseases -cancer and circulatory and respiratory diseases -in Brazil's Unified National Health System (SUS) 2 . O tabagismo gera uma carga econômica substantiva para as sociedades, caracterizada pelos custos da assistência médica e da perda de produtividade devido à morbidade e à morte prematura 3 .Nos últimos anos, observa-se um crescimento da aplicação do instrumental da análise econômica em saúde para estimar os custos do tabagismo, com a apropriação dos métodos da Estatística e da Epidemiologia. Considerando essas possibilidades, cabe apontar como determinados conceitos desses campos do conhecimento têm sido utilizados para apresentar estimativas mais fidedignas acerca dos prejuízos causados pelo consumo de derivados do tabaco.Nos estudos econômicos em saúde, a escolha da perspectiva é uma decisão metodológica importante, pois determina que tipos de custos e efeitos serão analisados e como valorá-los. A análise econômica pode ser realizada sob a perspectiva da sociedade, do paciente, do prestador de serviços de saúde e do órgão financiador do sistema de saúde. De cada uma dessas perspecti-ARTIGO ARTICLE
Apesar das alterações observadas nos últimos anos no adoecimento e na mortalidade na infância com marcada redução das internações por doenças infecto-contagiosas, existem poucos estudos que apresentem o perfil clínico e demográfico das internações pediátricas em nosso meio. O estudo teve como objetivo identificar as características e os procedimentos diagnósticos e terapêuticos das internações pediátricas em hospitais do sistema público de saúde no município do Rio de Janeiro. Quanto ao método, foi realizado estudo retrospectivo desenvolvido em quatro hospitais públicos no Rio de Janeiro, em amostra constituída de 170 internações ocorridas nas enfermarias de pediatria no período de janeiro a dezembro de 2008. As informações obtidas evidenciaram elevada frequência de crianças portadoras de doenças crônicas (47.6%) no conjunto das internações estudadas. Os serviços também apresentaram elevado percentual de pacientes com histórico de reinternação (35.3%). A análise por unidade mostrou que, entre os quatro serviços estudados, apenas um apresentou menor proporção de crianças portadoras de doenças crônicas e menor frequência de reinternações. Nas outras três unidades hospitalares, em mais da metade do grupo estudado, as causas de internações encontradas estavam ligadas às doenças crônicas. Os resultados confirmam a necessidade de organização dos serviços pediátricos no sentido de estarem preparados, com estrutura e processos de cuidado adequados, para o manejo, tratamento e acompanhamento do paciente portador de doença crônica.
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