Resumo Esta pesquisa teve como objetivo geral compreender experiências de escuta clínica nas modalidades de triagem e plantão psicológico entre estudantes lotados em um serviço-escola de Pernambuco. Os objetivos específicos foram descrever sentidos dessas experiências, investigar como eles percebiam a formação recebida para ofertarem esses serviços, como também identificar dificuldades enfrentadas nos processos e estratégias utilizadas para dirimi-las. Utilizou-se o método da hermenêutica colaborativa, e 18 colaboradores, subdivididos em quatro grupos de discussão, responderam a uma entrevista aberta com pergunta disparadora. Os resultados foram analisados em uma perspectiva fenomenológica, revelando que os estudantes enfrentavam dificuldades como desarticulação entre teoria e prática, manejo do tempo, angústia e insegurança inicial, além de falta de suporte estrutural recebido pelo serviço-escola para ofertar tais serviços. No entanto era possível a eles desenvolver a escuta, deixando-a fluir na condução dos processos em direção às demandas dos clientes. Diante de estratégias como capacitação ofertada pelo serviço-escola, suporte emocional recebido pelas equipes de supervisão e seus próprios processos pessoais, conseguiam enfrentar as dificuldades encontradas durante a formação, sentindo-se, apesar de tudo, valorizados e reconhecidos pelo serviço prestado. Concluiu-se, principalmente, a importância de inserir estudantes em serviços-escola em práticas anteriormente ao estágio obrigatório e em diversas modalidades de porta de entrada, desde que tais estratégias estejam integradas ao projeto pedagógico do curso, cabendo à instituição oferecer uma formação que, efetivamente, articule teoria e prática nas experiências cotidianas do estudante no processo de vivenciar e aprimorar sua escuta clínica ao tornar-se psicólogo.
RESUMO O estudo pretendeu compreender como usuários do Centro de Atenção Psicossocial, Álcool e Drogas (Caps AD III) de Petrolina (PE), com experiência de internação em comunidades terapêuticas, avaliam as propostas terapêuticas desses dois tipos de dispositivos. Para tanto, buscou-se conhecer suas experiências de cuidado e analisar as possíveis convergências e divergências quanto às ofertas terapêuticas, valorizando-se seus pontos de vista. Tratando-se de pesquisa qualitativa, com intuito avaliativo, a entrada em campo ocorreu na perspectiva da cartografia, recorrendo-se à ferramenta usuário-guia, com definição de dois interlocutores, além da escrita de diários cartográficos. Os resultados foram circunscritos com respaldo na metodologia de relatos orais, destacando-se cinco eixos interpretativos: 1. compreensões sobre lógica de cuidado na perspectiva de usuários; 2. burocratização e protocolização da produção de cuidado; 3. medicalização nos dispositivos de cuidado; 4. cuidado versus controle; e 5. uso de substâncias psicoativas e questões de gênero. Visando contribuir para a análise do impacto da Política Nacional de Saúde Mental em dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial no semiárido nordestino, o estudo visibilizou a importância de processos avaliativos permanentes, com ênfase no protagonismo de usuários/as, apresentando efeitos do processo de Reforma Psiquiátrica na região e caminhos possíveis para seu fortalecimento.
A violência contra mulheres é um problema com graves repercussões na saúde pública. A busca de estratégias para seu combate exige uma atuação multidisciplinar e multi-institucional, envolvendo o Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo desse estudo foi identificar as ações de enfrentamento à violência de gênero contextualizadas dentro do SUS, e sumarizar documentos e estudos publicados sobre o tema, no Brasil, de 2016 a 2020. Trata-se de uma revisão narrativa cuja base são os trabalhos publicados no período estudado, que discutissem a violência de gênero como um agravo à saúde e que mencionassem estratégias de enfrentamento na gestão do SUS. Os achados foram otimizados em três eixos básicos dentro da lógica narrativa: a proposta do trabalho em rede, a subnotificação dos casos, e a qualificação profissional. Os estudos revisados sugerem que vários desafios ainda devem ser superados para que a política nacional de enfrentamento à violência de gênero venha a ser devidamente implementada no país. Três dos desafios mencionados parecem destacar-se como fatores determinantes: os obstáculos para formação de uma rede interinstitucional efetiva direcionada à atenção à mulher em situação de violência; uma expressiva subnotificação dos casos; e uma carência de profissionais habilitados e preparados para atuar diante das situações de violência na sua prática diária. Uma vez que a violência de gênero se apresenta como uma questão social complexa, com um impacto importante na saúde pública, os gestores do setor saúde têm a responsabilidade de enfrentá-la, buscando parcerias governamentais interinstitucionais e na sociedade civil organizada.
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