;. RELATO DE CASO: ESTENOSE ESOFÁGICA POR CITOMEGALOVÍRUS EM PACIENTE LÚPICA. ABCDExpress. 2017;1(2):845.Instituição: FAMERP SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SP APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente feminina, 61 anos, com lúpus eritematoso sistêmico desde 2002, com nefrite lúpica classe V, fibromialgia, cardiomiopatia isquêmica e flutter atrial. Em uso de prednisona, metotrexate, ácido fólico, AAS, carbonato de cálcio, colecalciferol, alendronato, nortriptilina, clonazepan, omeprazol, atorvastatina. Em maio/2017 iniciou investigação para odinofagia, disfagia progressiva para sólidos e líquidos, engasgos, soluços, hipersialorréia, pirose, otalgia bilateral e perda de 13Kg em 5 meses. Calafrios e febre não aferida há 10 dias. Exame físico: desidratada 2+, descorada 2+, hipotrófica, sem outras alterações. Descartadas lesões otorrinolaringológicas. Feito suporte clínico e investigação diagnóstica. Endoscopia digestiva alta (EDA): hipertonia do esfíncter esofagiano inferior (EEI); dificuldade de progressão do aparelho endoscópico; sem coleta de biópsias. Seriografia esôfago-estômago-duodeno: afilamento do esôfago distal. Manometria esofágica não realizada por dificuldade de deglutir. Sorologia para Doença de Chagas: negativa. Feito diagnóstico de acalásia de etiologia a esclarecer. Realizado passagem endoscópica de balão hidrostático no EEI, sendo visualizada lesão deprimida e irregular em mucosa da cárdia. Biópsia da lesão: esofagite crônica acentuada, ulcerativa de etiologia por citomegalovírus (CMV). Prescrito tratamento com ganciclovir, a ser iniciado. DISCUSSÃO: O CMV é um herpes vírus humano prevalente em todas as regiões do mundo, considerado um dos mais importantes microorganismos oportunistas em imunocomprometidos. A infecção ocorre por contato com secreções corpóreas contaminadas, transmissão horizontal ou vertical. Os pacientes com esofagite por CMV apresentam disfagia, náuseas, dor torácica e febre. Na EDA são visualizadas úlceras profundas, únicas ou numerosas e frequentemente distais. O diagnóstico é dado pela biópsia da lesão, que mostra debris celulares contendo a clássica inclusão nuclear em "olho de coruja". COMENTÁRIOS FINAIS: No presente caso, foi diagnosticada infecção por CMV no esôfago distal de uma paciente lúpica, com estenose esfincteriana esofágica, situação extremamente rara. A biópsia se torna um poderoso arsenal nesses casos, contribuindo para um tratamento precoce e eficaz, visto que o CMV pode modular a resposta imune e levar a dificuldades no manejo, bem como comprometer a cura em imunocomprometidos.
ABCDExpress 2017;1(2):845Codigo: 61332 Acesso está disponível em www.revistaabcd.com.br e www.sbad2017.com.br Acesso pelo
