Objetivos: Verificar se produtos alimentícios classificados como ultraprocessados congelados e ready to heat, comercializados na cidade de Porto Alegre-RS, estão sendo fabricados com atributos da tendência de saúde e bem-estar. Metodologia: O grupo de produtos analisados inclui: pizzas, lasanhas e pratos prontos como massa à bolonhesa, massa quatro queijos, risotos, nuggets, entre outros. A escolha da unidade visitada se baseou na localização predominante da classe econômica C na cidade de Porto Alegre, registrada na Análise Socioeconômica Porto Alegre 2017. Resultados: Um total de 77% da amostra geral foi classificado com excesso de gordura; 95% com excesso de sódio; 70% sem corantes adicionados intencionalmente e 78% sem conservantes. Apenas 11% foram considerados light em sódio; 74% como não fonte de fibras; e 74% não utilizam publicidade no rótulo para diferenciar seu produto no mercado. O grupo A (das marcas mais lembradas) possuiu maior peso da porção (g), maior porcentagem vindo de gorduras totais (%), gorduras totais (g) e fibras na porção (g), maior relação sódio/kcal, maior número de ingredientes, de produtos light, de produtos fontes de fibras e uso de publicidade no rótulo. Já o grupo B (das marcas menos lembradas) apresentou unicamente maior quantidade de gordura trans na porção. Discussão: Diante de concorrentes com produtos menos “saudáveis” nas prateleiras do varejo supermercadista, as grandes marcas continuam apostando mais na produção e comercialização de grandes volumes do que na tendência de saúde e bem-estar. Conclusões: Os rótulos investigados não mostraram evidências para se encaixarem na linha de produtos com atributos da tendência de saúde e bem-estar. No entanto, para o caso de rótulos de produtos congelados ready to heat das marcas mais lembradas, foi possível identificar, embora discretamente, alguns aspectos dessa tendência, tais como presença de versões light, ter mais gramas de fibras na porção e fontes de fibras, menos gordura trans na porção e não adição de aditivos intencionalmente. Dessa forma, os consumidores da classe econômica C, em Porto Alegre, têm nessa linha de produtos poucas alternativas para uma alimentação mais saudável, sugerindo maior atenção para os formuladores de políticas e práticas para melhor qualidade de vida relacionada à nutrição.DOI: 10.12957/demetra.2018.32455
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