Resumo: O teatro tem sido usado como estratégia de educação e divulgação da ciência em museus. Neste artigo, analisamos duas atividades teatrais oferecidas pelo Museu Ciência e Vida, de Duque de Caxias (RJ). Com base em entrevistas e questionários, verificamos que os visitantes consultados têm familiaridade com o teatro, embora sejam frequentadores esporádicos desses espaços. Aqueles com menos acesso a programas culturais, envolvimento prévio com as temáticas abordadas e cujos filhos se engajaram na atividade tenderam a uma recepção positiva da mesma. Quando a atividade não atraía a criança ou a expectativa em relação a ela era diferente da vivenciada, a tendência foi de insatisfação. Independentemente das opiniões colhidas, vimos que as atividades despertaram no público reações que seriam dificilmente provocadas por atividades tradicionais do museu. Por este e outros motivos, defendemos a interação entre ciência e teatro como uma estratégia instigante e diferenciada de educação e divulgação da ciência.
RESUMO Museus de ciência e seus visitantes é um estudo longitudinal realizado pelo Observatório de Museus e Centros de Ciência e Tecnologia (OMCC&T) com o objetivo de acompanhar o perfil e a opinião do público de visitação espontânea em cinco museus de ciência da cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa quadrienal é realizada com visitantes não agendados, maiores de 15 anos, por meio de um questionário autoaplicado com 28 questões objetivas sobre o perfil do visitante, antecedentes e circunstâncias da visita, opinião e seus hábitos culturais. Os dados relativos aos 8.706 respondentes das quatro etapas da pesquisa, realizadas em 2005, 2009, 2013 e 2017, foram tratados estatisticamente e revelam padrões e alterações no perfil e na visão do público sobre a visita a essas instituições. Destaca-se a prevalência da indicação de outros visitantes e do boca a boca digital como meio de divulgação para o conhecimento do museu. O estudo apontou a satisfação dos visitantes em todos os museus e a perspectiva de retorno em nova visita nos doze meses seguintes. Outros achados se sobressaem: a crescente presença feminina a cada rodada, o aumento da autodeclaração de pretos e pardos, a queda sucessiva na renda domiciliar declarada, além do aumento de visitantes que não exercem atividade remunerada. Entretanto, a parcela da população com maior escolaridade e renda é a que mais frequenta os museus, indicando que a exclusão social ainda configura um problema que deve ser permanentemente estudado e debatido, com vistas à democratização da cultura.
The social interactions that take place in science museums, whether between family members or with mediators, are recognized as essential to visitors’ experience. However, there is still little empirical research in the Brazilian context on how families interact and converse on visits to science museums – and even less on the role of the mediator in the museum experience. In this exploratory study, the authors analyze the social interactions of families in an interactive exhibition on biodiversity: “Forest of the Senses”, at the Museum Science and Life (Brazil), characterized by having one of the lowest human well-being indicators in the country. In particular, the authors analyzed the ways in which the presence of human mediation influenced the experience of family visits to the exhibit. Video and audio of ten low-income families' visits were recorded and analyzed using a protocol based on social interactions that take place in museums. Results show that human mediation did not influence the amount or types of visitor-exhibit interactions or the amount of time spent at the exhibit, but increased the amount of conversation time among the groups, including the amount of time discussing science content, thus providing insights into mediator training and qualification.
A discussão em torno da acessibilidade vem crescendo e ganhando espaço nas agendas de discussão de políticas públicas com vistas a garantir à pessoa com deficiência o exercício de seu direito à fruição. São escassos os estudos de público em museus brasileiros sobre o tema e os existentes não contemplam as pessoas com deficiência. O presente artigo apresenta uma pesquisa inédita acerca do perfil e da opinião de pessoas com deficiência em situação de visita espontânea à dez museus que integram o Observatório de Museu e Centros de Ciência e Tecnologia - OMCC&T, nas cidades do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias. Foram aplicados 4.705 questionários aos visitantes espontâneos maiores de 15 anos dessas instituições e 63 foram respondidos por pessoas com deficiência. Os respondentes estão distribuídos igualmente quanto ao sexo; dentre estes, a deficiência física prevalece. A maior parte dos respondentes possui ensino superior completo, característico do público que frequenta museus. Eles consideraram a falta de divulgação e de informações sobre museus e exposições como uma das principais barreiras à visitação. O acolhimento pela equipe dos museus foi o único aspecto considerado “ótimo/muito bom” por mais da metade dos pesquisados, evidenciando a importância da acessibilidade atitudinal.
O presente artigo apresenta estudo inédito desenvolvido junto aos mediadores do Museu Ciência e Vida oriundos dos cursos de licenciatura oferecidos a distância, na modalidade semipresencial, âmbito do Consório Cederj. O estudo foi desenvolvido na perspectiva da Análise Textual Discursiva. Dentre os principais achados da pesquisa, destaca-se que a motivação que levou o estudante a se tornar mediador era a busca por conhecimento e o interesse por divulgação científica. A maioria dos mediadores não teve outra vivência em espaço não formal de educação além daquela do Museu Ciência e Vida. Dentre as barreiras encontradas para o exercício da mediação, a dificuldade de falar em público é a que mais se sobressai. A experiência da mediação conferiu aos estudantes habilidades, quais sejam, desenvoltura para comunicação pessoal e aquisição de conhecimentos de outras áreas, em virtude do caráter interdisciplinar das atividades desenvolvidas no museu, destacadas na fala dos respondentes.
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