CONTEXTO: O tratamento da oclusão arterial aguda em menores de 5 kg tem constituído tema de discussão. OBJETIVOS: Avaliar o tratamento do quadro da oclusão arterial aguda pós-cateterismo da artéria femoral em crianças com menos de 10 kg com o uso de heparina isolada e também associada com estreptoquinase, e comparar os resultados do exame físico (como diagnóstico), da reversão da oclusão arterial, de complicações e de exames laboratoriais nos dois métodos MÉTODOS: Trinta casos de oclusão da artéria femoral foram identificados em 1.583 cateterismos em crianças no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre, entre 1992 e 2000. Os pacientes foram divididos em dois grupos: um usou apenas heparina (14 casos), e o outro usou heparina associada com estreptoquinase (16 casos). Os exames laboratoriais (tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ativado e fibrinogênio) coletados antes e durante a infusão intravenosa foram avaliados estatisticamente, assim como o tempo de uso da medicação, as complicações e os resultados. RESULTADOS: O exame físico mostrou-se método fidedigno para avaliar a oclusão; no grupo que utilizou a associação de heparina e estreptoquinase, houve a resolução de 87% dos casos de oclusão arterial, e a principal complicação foi sangramento no sítio de punção em 56,3% dos pacientes. Os resultados apresentaram p < 0,05. Os exames laboratoriais não tiveram significado estatístico. CONCLUSÃO: A estreptoquinase associada com a heparina é mais efetiva do que a heparina isolada no tratamento da oclusão arterial aguda da artéria femoral pós-cateterismo, tanto que sua associação apresenta uma redução do risco relativo de 88% em relação à heparina isolada.
A doença vascular periférica cujos fatores de risco são bem conhecidos, apresenta alta prevalência, podendo determinar grande limitação física e, muitas vezes, a perda do membro acometido. Sua apresentação clínica pode ser insidiosa e os sintomas se manifestarem de forma lenta e progressiva, determinando claudicação e lesões tróficas. Outras vezes, entretanto, se manifestam de maneira aguda com importante repercussão clínica, determinada por isquemia, dor, incapacitação funcional e possibilidade de quadros toxêmicos associados. A intervenção precoce é determinada pela gravidade do caso, sendo a arteriografia o método mais difundido e considerado padrão-ouro diagnóstico. Os recentes avanços na técnica e no material utilizado na área endovascular com a formação de equipes multidisciplinares têm aumentado em muito o espectro de atuação intervencionista, permitindo às técnicas minimamente invasivas, a realização de procedimentos terapêuticos, eficazes, resolutivos e, até salvadores, em pacientes cuja morbimortalidade cirúrgica seria muito alta. Um homem de 82 anos com história de cardiopatia isquêmica grave, diabetes mellitus e doença vascular periférica iniciou subitamente, dor no membro inferior esquerdo, associada à perda de pulso, palidez e queda na temperatura. Foi realizada angiografia de urgência com aproximadamente 36h de evolução do quadro que mostrou oclusão total da artéria ilíaca comum esquerda ( fig. 1). Optou-se por abordagem terapêutica percutânea com acesso arterial bilateral (fig. 2) com implante de stent Express LD 9.0 x 57 mm (Boston Scientific Maple Growe, MN-USA) na ilíaca comum esquerda e angioplastia da ilíaca contra-lateral com balão Power Flex 7.0 x 20mm (Crodis corporation, Miami, FL-USA) para evitar deslocamento de placa (fenômeno de snow-plow). Houve recuperação total do calibre e fluxo do vaso com restauração da circulação anterógrada para o membro inferior esquerdo ( fig. 3). Em função da grande presença de trombos, optou-se por manter o paciente com anticoagulação a pleno estendida por pelo menos 6 meses com cumarínicos. O paciente apresentou alívio sintomático tendo tido alta hospitalar deambulando, sem outras queixas. Fig. 1 -Arteriografia aorto-ilíaca demonstrando oclusão total da artéria ilíaca comum esquerda.Fig. 2 -Abordagem terapêutica percutânea com acesso arterial bilaterial com implante de stent na artéria ilíaca comum esquerda e angioplastia da ilíaca contra-lateral para evitar descolamento da placa. Fig. 3 -Arteriografia aorto-ilíaca de controle demonstrando recuperação total do calibre e fluxo do vaso, com restauração da circulação anterógrada para o membro inferior esquerdo.
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