O novo perfil da pessoa idosa acarretou uma maior visibilidade da velhice, evidenciando um de seus problemas — a discriminação social etária, manifesta por meio de afirmações, condutas e atitudes preconceituosas —, ainda presentes nas interações diárias, contra a pessoa idosa. O objetivo desta pesquisa é investigar, à luz da perspectiva da Gerontologia Social, a posição de pessoas idosas em episódios de discriminação social etária e a avaliação do consequente impacto negativo. O presente artigo se baseia na revisão da literatura, apresentando algumas posições teóricas sobre o preconceito e a discriminação, subsumidos ao Idadismo, e da interpretação de dados empíricos advindos de entrevista com idosos. Este é um estudo de corte transversal, com amostra de 145 sujeitos, de 60 a 86 anos, de ambos os sexos. A coleta de dados valeu-se da versão portuguesa do instrumento Ageism Survey, com vistas às funções avaliadas: frequência de discriminação; reconhecimento da discriminação ligada à idade, ao sexo, à escolaridade e ao estado civil. Os resultados mostram, de forma significativa, a presença de discriminação em todas as variáveis. Assim, este estudo chama a atenção para as necessárias ações voltadas à educação sobre o envelhecimento, a fim de que pessoas idosas, especialmente as menos favorecidas, deixem de receber os efeitos da discriminação etária e possam, ao ter preservada sua subjetividade, viver com mais dignidade a velhice, contribuindo, desta forma, a uma sociedade adequada a todas as idades.