A acelerada urbanização pela qual os países subdesenvolvidos enfrentaram a partir da década de 1960 acarretou, à esses adensamentos populacionais, precariedade habitacional e de abastecimento de água e esgoto. Esta precariedade, por sua vez, aumentou diretamente o risco dos indivíduos contraírem doenças infectocontagiosas ou, como aqui é chamado, doenças sanitárias. No Brasil, admite-se que os investimentos em saneamento básico ainda se mostram insuï¬cientes, de modo que a realidade aqui descrita ainda se faz presente. Por isso, partiu-se da premissa de que investimentos, para serem bem alocados, precisam levar em conta características socioterritoriais mais facilmente detectadas com a ajuda dos métodos da modelagem geoespacial em Sistemas de Informação Geográï¬ca (SIG). A saber, este trabalho fez uso dos métodos de Análise Hierárquica do Processo (AHP) e Ãlgebra de Mapas, usando como recorte espacial a Região Metropolitana de Campinas (RMC) e, como dados de apoio, o Censo Demográï¬co de 2010. Como resultado obteve-se um mapa da região apresentando índices de vulnerabilidade da população ao contágio dessas doenças em diferentes porções do território, sendo observado o município de Campinas como o único a apresentar alta vulnerabilidade, sobretudo nas porções do território cortadas pelas rodovias Anhanguera e Bandeirantes. Além disso, a ï¬m de veriï¬car a consistência dos resultados, calculou-se a taxa de internação por doença infectocontagiosa em 2010 por município, de modo que os municípios de Hortolândia, Jaguariúna e Santo Antônio de Posse, que apresentaram média vulnerabilidade, mostraram maiores taxas de internação. Por outro lado, Holambra, Nova Odessa e Santa Bárbara d'Oeste, municípios de muito baixa vulnerabilidade, demonstraram taxas de internação três vezes menores que os municípios anteriormente citados.
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