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Os amigos imaginários são uma forma elaborada de faz de conta, tão presentes no cotidiano de seus criadores que eles podem, inclusive, assumir a função de companhia. As características dessas criações de fantasia, assim como as suas possíveis funções, foram investigadas em uma amostra de 18 crianças entre seis e sete anos (M = 85 meses, DP = 4,82; variação = 76 – 94 meses; 10 meninas e 8 meninos) que possuíam amigos imaginários. Essas crianças foram participantes de um estudo mais abrangente que comparou o desenvolvimento sociocognitivo e da linguagem de crianças com (n = 18) e sem amigos imaginários (n = 22). A fim de investigar as atitudes parentais em relação ao fenômeno, os responsáveis pelos participantes (de ambos os grupos) do primeiro estudo foram convidados a participar, sendo que 11 (10 mães e 1 avó) aceitaram o convite. As características reportadas dos amigos imaginários foram diversas (i.e., aparência física, tipo, idade, há quanto tempo são amigos) e as suas funções estavam associadas a diferentes necessidades, como companhia, diversão ou conforto emocional. Embora a maioria dos responsáveis tenha associado o fenômeno ao exercício da imaginação, alguns acreditavam que a experiência poderia representar problemas, como, por exemplo, a perda de contato com a realidade, ou a influência de entidades maléficas. Os achados da presente pesquisa são consistentes com os estudos internacionais. Espera-se que esses resultados possam contribuir para o avanço dessa linha de investigação no país.
Resumo A criação de amigos imaginários é uma manifestação de faz de conta comum na infância, que tem sido pouco explorada na literatura psicológica. A presente pesquisa teve como objetivo investigar a relação entre esse fenômeno e o desenvolvimento da linguagem e da cognição social. Quarenta crianças entre 6 e 7 anos (18 com amigos imaginários e 22 sem) foram avaliadas por medidas de teoria da mente, compreensão emocional e vocabulário, bem como entrevistas para explorar o engajamento em fantasia. Uma entrevista sobre as experiências de fantasia da criança foi feita com 11 pais/responsáveis. Os resultados sugerem que o fenômeno se associa a um vocabulário receptivo mais desenvolvido e não é indicativo de déficits em desenvolvimento sociocognitivo.
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