Este artigo é um breve relato histórico sobre a formação do Grupo de trabalho de Mulheres na Medicina de Família e Comunidade da SBMFC (GT-MMFC), que ocorreu em 2016. Em paralelo, descreve-se as principais ações do Wonca Working Party on Women & Family Medicine e do próprio GT-MMFC até os dias atuais. Os objetivos do artigo são registrar a construção deste grupo de trabalho assim como fomentar e fortalecer o debate de todas as dimensões relacionadas às mulheres e a medicina de família e comunidade e a equidade de gênero.
À vida, pelo simples fato de ser, estar, sentir e respirar. Ao não acaso dos caminhos que me trouxeram até aqui. À minha maravilhosa orientadora, que acreditou em mim e me fez acreditar que era possível, que me guiou nesse processo de formação com muita sabedoria e doçura e que me ensinou muito mais do que a teoria, me inspirou com sua generosidade, cuidado e otimismo. À minha querida coorientadora, que me abriu os olhos para muitos buracos no caminho, que partilhou muitos aprendizados, que me apresentou outros tantos mestres, que me inspirou com sua trajetória e que me acolheu de braços abertos em seu próprio lar. Às professoras doutoras da banca examinadora, exemplos notáveis de mulheres educadoras, que com muita disponibilidade e gentileza avaliaram meu trabalho de forma perspicaz e incentivadora, enriquecendo ainda mais minhas perspectivas e olhares sobre a pesquisa. Aos professores e colegas da UFU pela dedicação, pelo conhecimento e vivências compartilhadas, por me ajudarem a ressignificar desafios vividos no meu cotidiano e por tornarem as idas à Uberlândia doces e muito ansiadas! À prefeitura de Belo Horizonte, por me propiciar tempo, algo muito precioso na vida, para poder dedicar a algo que ao longo desses dois anos gerou muitos frutos a mim, a colegas e pacientes, e que nesse ápice gera um resultado que tem ainda mais potencial de alcance para melhorias futuras e de retorno à comunidade. Às minhas gerentes que durante essa jornada me apoiaram sem restrições com um voto de confiança que o investimento traria benefícios ao serviço. Aos colegas do centro de saúde, em especial às minhas companheiras de equipe, por todo apoio que me deram e pela cobertura nas minhas ausências, que me trouxeram a tranquilidade da garantia da continuidade do cuidado com a população. Aos meus pacientes, com os quais eu aprendo todos os dias, e que, mesmo nos momentos em que causei descontentamento com minhas ausências, reconheceram o valor e o retorno da minha dedicação aos estudos e mantiveram o vínculo e a confiança no meu trabalho. A todas as médicas de família e comunidade com que cruzei caminhos e que me inspiraram em minha formação, em especial às participantes desse estudo, mulheres incríveis que se disponibilizaram de forma tão entregue e que seguem equilibrando a vida e um trabalho exemplar, acreditando que sim, podem, e muito mais. Aos colegas preceptores, que enquanto mestres, me ensinaram a partir do exemplo sobre uma forma de trabalhar mantendo um olhar crítico, lúcido, com compromisso, ética e autenticidade, e que enquanto colegas, seguem acreditando que educar é um caminho de uma potência transformadora enorme, tanto a si quanto ao meio. Aos residentes que nos trazem o estímulo e entusiasmo de seguir em frente e nos concedem o privilégio de testemunhar como uma pequena semente pode crescer e se transformar em uma árvore frondosa, nos nutrindo com a convicção de que caminhar é preciso e que a mudança é possível. Aos queridos mestres da Escola SAT e do Vipassana que têm me acompanhado e me guiado nessa profunda tr...
O estudo da crescente feminização da área da Medicina de Família e Comunidade coloca na agenda de estudiosos a preocupação com os fatores e impactos dessa tendência nas trajetórias das carreiras das médicas, principalmente daquelas que estão exercendo suas atividades em áreas periféricas. O objetivo do estudo do qual resulta este artigo foi compreender como as médicas justificam suas escolhas e permanências no exercício da Medicina de Família e Comunidade, mesmo em contextos considerados potencialmente violentos. Realizamos uma investigação de caráter qualitativo, que dialogou com aspectos da cartografia, a partir de entrevistas realizadas com oito médicas de família que se fixaram em áreas de alta vulnerabilidade social em uma capital brasileira. A análise dos enunciados apontou para o gênero como o eixo marcador de diferença, destacando o empuxo exercido pela maternidade, o conceito gênero em sua dinâmica interseccional. Identificamos que a responsabilização pelo cuidado permanece impactando o processo decisório das mulheres, (re)definindo o equilíbrio entre vida pessoal/familiar e trabalho e (de)limitando as trajetórias de suas carreiras.
RESUMO Este relato situa-se no campo do protagonismo das mulheres Médicas de Família e Comunidade (mMFC) e em sua articulação nacional por meio do Grupo de Trabalho Mulheres na Medicina de Família e Comunidade (GT-MMF), fundado em 2016 no bojo da Sociedade de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), entidade científica que representa a especialidade no País. Descreve a organização do I Encontro do GT-MMFC, em 2019, intitulado ‘Liderança feminina em saúde’ e discute seus desdobramentos, com foco na equidade de gênero nos domínios: profissional, acadêmico, de gestão, de ensino e pesquisa; assim como na própria instituição, a SBMFC. O artigo se debruça, ainda, sobre questões relacionadas com as causas de mulheres no âmbito da especialidade e da medicina. O evento foi aberto a estudantes e profissionais de outras áreas e ofertou discussões contemporâneas, como: protagonismo feminino; autocuidado; interseccionalidades; maternidade e trabalho; inserção da mulher e diferenças de gênero na política. O Encontro reuniu mulheres de quatro regiões do Brasil, aprofundou as relações e o apoio interpares e permitiu a ampliação das pautas para o fortalecimento da consciência de gênero e sua influência no cotidiano das mMFC, na sua prática acadêmica, científica, assistencial e de gestão.
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