ResumoO artigo apresenta algumas potencialidades para promover debates sobre a inclusão das temáticas corpos, gêneros e sexualidades no currículo de Biologia, de modo a possibilitar a (re)leitura dos sentidos e significados em circulação acerca dessas temáticas. Essas releituras entendem essas temáticas como construções históricas e culturais que, ao correlacionarem comportamentos, linguagens, representações, crenças, identidades e posturas produzem os sujeitos. Neste artigo estabelecemos conexões com o campo teórico dos Estudos Culturais, nas suas vertentes pós-estruturalistas, e tomamos a mídia e os livros didáticos de Ciências Naturais e de Biologia do Brasil e de Portugal como produtos e produções, tecnologias e dispositivos, que carregam ensinamentos sobre os corpos, gêneros e sexualidades. Defendemos que tais materiais reafirmam ideais de normalidade e normalização dos corpos, das sexualidades e dos gêneros. As mídias e os livros didáticos podem possibilitar ao/à professor/a problematizar os modos como noções de corpos, gêneros e sexualidades circulam em nossa sociedade. Concluímos que o uso das mídias e dos livros didáticos em sala de aula podem favorecer as discussões acerca dessas temáticas para além de sua dimensão biológica, o que significa potencializar a apropriação dos corpos em permanente processo de construção, generificados e sexualizados.Palavras chave: corpos, gêneros, sexualidades, livro didático, mídia. AbstractThe paper presents some potential to promote debates regarding the inclusion of the bodies, gender and sexualities themes in the Biology curriculum, in order to enable the (re)reading of the senses and meanings currently in circulation about these themes. These (re)readings understand these themes as historical and cultural constructs that, while they are correlating behaviours, languages, representations, beliefs, identities and attitudes are producing the individuals. In this article we establish connections with the theoretical field of cultural studies in its post-structuralist dimensions and, we took the media and textbooks of both Natural Science and Biology of Brazil and Portugal as products and productions, technologies and devices that carry knowledge about the bodies, genders and sexualities. We advocate that these materials reaffirm the ideals of normality and normalization of bodies, sexualities and genders. Both the media and textbooks can allow the teacher to problematize the ways in which notions of bodies, genders and sexualities are widespread in our society. We conclude that the use of both media and textbooks in the classroom can foster discussions on these themes beyond its biological dimension, which means enhancing the ownership of the bodies in a permanent process of construction, gendered and sexualized.
Resumo: Neste texto visamos cartografar, a partir da interlocução com autores como Deleuze, Guattari e Foucault, a localização daquilo que professoras e professores em salas de aula no trabalho com a disciplina Ciências, anos iniciais e finais do ensino fundamental, apontam como "problemas" no diálogo com as crianças sobre corpo e sexualidade. Problematizaremos o lugar da realização da aula como possível dispositivo maquínico, sinalizando para a possibilidade de que, no encontro entre professores e alunos, se criam corpos e sexualidades; se experimentam lugares de gêneros e lugares generificados. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa vincula-se à matriz de pensamento que toma as explicações científicas como "histórias que atuam na constituição de um objeto de conhecimento científico", pois busca pelos modos como se "entretecem nestas explicações outras histórias". Foram realizados grupos focais e aplicados questionários a professores/as que atuam na rede pública municipal de ensino na cidade de Uberlândia-MG. Como problemas, foram apontados o estranhamento com a vida que pulsa e lateja nos corpos e nas vivências das crianças, a relação com a família e com as experiências de desejo e prazer das crianças. Palavras-chave: Sexualidade; Gênero; Corpo; Ensino Fundamental Abstract:In this text, we aim to map, from the dialogue with the Authors as Deleuze, Guattari and Foucault, the location of what teachers in classrooms at work with sciences discipline, initial and final years to basic education, put as "problems" the discussion with the children about body and sexuality. We question the place of realization of class as possible machinic device, indicating to the possibility that in the meeting between teachers and students, creates bodies and sexualities; experience genres and gendered places. By the methodological point of view, the search binds the array of thought that takes as Scientific Explanations as "stories that act in the constitution of object of certain Scientific Knowledge", because searches for modes how to "interweave these explanations other stories". Questionnaires and focus groups were conducted one applied Teachers what's working in municipal public education in the city of Uberlândia MG. As problems, the estrangement with life what were appointed pulsates and throbs to the family relations and the experiences of desire and pleasure children in bodies and experiences children's. Key-words:Sexuality; Gender; Body; Elementary School.Resumen: En este texto, se pretiende hacer la cartografía, a partir de la interlocución con los actores como Deleuze, Guatari y Foucault, la localización de lo que profesores en clase en el trabajo con la disciplina Ciencias, en los años iniciales y finales del enseño fundamental apuntan como "problemas" en el dialogo con los niños sobre cuerpo y sexualidad. Se problematizará el sitio que se realizará la clase como posible dispositivo maquínico, haciendo señales de que, el encuentro de profesores y alumnos se crean cuerpos y sexualidades; se experimentan sitios de gé...
A presente proposta emerge das produções, problematizações e inquietações desenvolvidas no âmbito do Grupo de Pesquisa Gênero, Corpo, Sexualidade e Educação, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia. Com as ações promovidas pelo grupo, buscamos, neste texto, discutir como se implicam e (res)significam as práticas pedagógicas, considerando a relevância do reconhecimento das diferentes expressões de gênero e sexualidade. Apostamos nas ressonâncias das ações do GPECS no cotidiano escolar como espaço de formação implicado na superação dos processos de intolerância pela diferença, que, na escola, tornaram-se cruéis e acabaram impondo, às pessoas transgressoras da norma dada, uma vida de sofrimento e exclusão.
A área biomédica, no século XX, consolidou verdades de que corpos intersexo apresentam variações em níveis cromossômicos, gonadais/genitais em desacordo com a lógica binária e o alinhamento sexo-gênero. Tal lógica reverbera-se nos espaços escolares e em livros didáticos. Intencionamos localizar as verdades reiteradas e/ou negadas em uma coleção de livros didáticos de Biologia (LDB), aprovada pelo Programa Nacional do Livro Didático - Ensino Médio, sobre o corpo intersexo e a intersexualidade. A intersexualidade é entendida como parte do dispositivo da sexualidade e o LDB como dispositivo, à luz do referencial foucaultiano. Neste artigo, trazemos as análises de uma coleção que apresenta o corpo intersexo associado à noção de patologia e à incapacidade reprodutiva. A coleção apresenta o corpo intersexo como construção biomédica, cujo centro de verdade alia-se a modos de funcionamento de uma política sobre a vida que toma de assalto corpos que borram fronteiras do sexo e do gênero.
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