Este estudo aborda a Escola Profissional Feminina de modo a situá-la em meio a problemas contextuais que motivaram sua existência e que ajudou a resolver (demanda escolar em Belo Horizonte nos anos 1920–50). O trabalho cita o caso de uma ex-aluna (seus problemas de vida e os que ela conseguiu resolver como profissional formada por tal escola) como exemplo do trabalho da escola. O estudo objetivou entender a história do ensino profissional segundo seus desdobramentos em uma instituição e na vida de uma ex-aluna e seus problemas enfrentados para viver na capital mineira. Foram usadas fontes impressas e manuscritas e relatos orais. Os resultados apontam o ensino profissional como objeto de estudo valioso para a história da educação, pois abre perspectivas de compreensão mais palpáveis que na educação geral, assim como se relaciona com problemas sociais como miséria e higienismo, temas convergentes para a escola (pública).
ResumoEste artigo refere-se ao Aprendizado Agrícola Borges Sampaio, instituição de ensino técnico que preparava trabalhadores para as lavouras, criada em Uberaba (MG), em 1916. Foram levantados alguns aspectos da história da instituição, tendo como referência as políticas públicas direcionadas a esta modalidade de ensino. As fontes utilizadas foram as mensagens dos presidentes do estado e uma notícia veiculada na imprensa local. A partir da coleta, análise e interpretação dessas fontes, estabeleceu-se o diálogo entre a realidade local com espaços e temporalidades mais amplos. Embora tendo como objeto uma instituição específica, este trabalho pretende dialogar com outras pesquisas que abordam temática semelhante, contribuindo para a construção da história do ensino profissional em Minas Gerais.
Este estudo enfoca a subvenção pública concedida à Escola Profissional Feminina de Belo Horizonte nos anos 1928–30. O ponto de partida foi esta indagação: de que argumentação teria se valido Benjamin Flores para convencer o governo mineiro e federal a investirem em sua escola? O estudo objetivou analisar condições e ações associadas ao subsídio concedido à escola. Situada na história da educação em geral e das instituições escolares em particular, a pesquisa se valeu de jornais e revistas, manuscritos e datiloscritos e fotografias. Os resultados da análise apontam que Benjamin Flores conseguiu reunir um conjunto de atributos pessoais (cidadão, agente público, professor, dono de escola) que o abonavam e endossavam seus projetos. Em sua trajetória de funcionário dos Correios a dono de uma escola, conseguiu se projetar na sociedade belo-horizontina de modo que o governo apostasse em sua escola como importante para a cidade.
A educação da população do campo no Brasil é preocupação secular, mas ainda motivadebate, ainda preocupa. No presente, é vista como condição de cidadania; prova disso éque o debate agrega parcelas da sociedade civil de vinculação recente com a questão; nãose associa mais com o ideal de progresso subjacente às primeiras campanhas maciças dealfabetização; e talvez tenha deixado de ser tão usada como estratégia política como noséculo passado. Este estudo toca no debate do presente, mas seu enfoque é a educaçãoconcebida e praticada no passado, sobretudo nas escolas rurais do município de Ituiutaba(MG). Ao fazê-lo, problematiza a criação dessas escolas e as políticas públicas(municipais) para ampliar a alfabetização, a fim de caracterizar tais políticas e verificar suaconcretização. Fontes diversas subsidiaram a discussão: relatos orais, dados estatísticos,fotografias, jornais, atas oficiais e outros, cujo uso se alinha à leitura de referenciais sólidosda historiografia da educação, em especial sobre as relações desta com a sociedade e apolítica. Os resultados reiteram algumas constatações da pesquisa histórica feita até então— por exemplo, que as escolas rurais dos anos 40 eram precárias (as de Ituiutaba tinham,em geral, uma sala de aula e um professor para cinco séries; não tinham água encanadanem profissionais para cuidar da merenda e limpeza) e que propósitos mais ideológicos(“civilizar” o rurícola incutindo nele o estilo de vida urbano dos conteúdos escolares) emais políticos (angariar votos) motivaram as iniciativas de escolarização rural. Essesresultados sugerem espaços a ser explorados historicamente, tais como os pontos críticosda educação rural e sua atuação no fracasso do ruralismo quanto a impedir o êxodocampo–cidade. Esse conhecimento dos problemas que entravaram a concretização bemsucedidae uniforme da ação escolar do passado pode ser útil à estruturação da educação docampo no presente.
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