O Sistema Aquífero Urucuia (SAU) representa um conjunto de aquíferos inter-relacionados associados às rochas sedimentares do Grupo Urucuia. Cinco perfis geofísicos de poços foram interpretados e subsidiaram a elaboração do modelo hidrogeológico conceitual. Três eletrofácies são identificadas: (i) substrato regional do Grupo Bambuí; (ii) sistema eólico da Formação Posse e; (iii) sistema fluvial entrelaçado da Formação Serra das Araras segmentados por níveis tabulares de arenitos maciços e silicificados. No contexto hidrogeológico, a posição estratigráfica dos níveis de arenitos silicificados em relação àquelas do nível freático regional condiciona a ocorrência de aquíferos não-confinados quando disposto acima, e um sistema aquífero-aquitarde-aquífero quando abaixo. Nesse contexto, o aquífero confinado inferior apresenta cargas hidráulicas maiores do que as verificadas no livre sobrejacente. Os horizontes de arenitos silicificados funcionam como aquitardes e dispõem-se mais profundos e espessos na porção centro-ocidental. Adicionalmente, os valores da porosidade efetiva e coeficiente de armazenamento variam entre 10-2 a 10-1 e 10-4. Já as transmissividades variam entre 10-4 a 10-6 e 10-3 m2/s para os subtipos não-confinado e confinado, respectivamente. No extremo ocidental, o SAU exibe poços cujos níveis estáticos são profundos (acima de 100 m) como consequência de um divisor de água subterrânea na bacia hidrogeológica. Em geral, os rebaixamentos produzidos, após os ensaios de bombeamento dos poços, diminuem progressivamente em direção à porção centro-ocidental do SAU, aliado a um aumento da capacidade específica dos poços, da espessura saturada e da potencialidade hidrogeológica.
A água subterrânea, em regiões áridas e semiáridas é, em muitos casos, a única fonte disponível de abastecimento hídrico para a população. O declínio ou deterioração em sua qualidade é considerado um problema crucial para a gestão dos recursos hídricos subterrâneos. Nesse trabalho, é realizado uma investigação hidrogeológica utilizando dados geoquímicos e isotópicos no aquífero cárstico, instalado nas rochas carbonáticas proterozoicas da Formação Salitre: porção meridional da Bacia de Irecê, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Com isso, pretende-se compreender os processos hidrogeoquímicos e físicos que contribuem para a salinização da água subterrânea. Esse entendimento é essencial na explotação sustentável dos recursos hídricos. Nesse contexto, os principais resultados obtidos indicam que os processos de evaporação e lixiviação se evidenciaram pouco eficientes na reconcentração de sais minerais na zona vadosa do aquífero. As modelagens hidrogeoquímica e isotópica demonstraram que a salinidade da água subterrânea, está sujeita a processos geológicos, decorrentes da interação água rocha. O uso integrado da geoquímica e de isotópicos estáveis (δ 18 O e δ 2 H), em aquíferos cársticos, corresponde a um importante instrumento na modelagem e entendimento dos processos de salinização da água subterrânea e uma ferramenta eficaz na avaliação e gestão dos recursos hídricos. Palavras-chave: salinização da água subterrânea; aquífero carbonático; NE Brasileiro
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