Pesquisas que retratam mulheres rurais que fogem das expectativas sociais; que questionam a reprodução das relações de gênero no campo e, renegam a vida de submissão que mulheres de gerações anteriores tiveram em função do casamento, ainda são incipientes na literatura das Ciências Sociais. Neste sentido, o presente artigo teve como objetivo investigar histórias de vida de mulheres rurais, analisando-as à luz das categorias sociológicas desvio e estigma, evidenciando diferentes formas de (r)ex(s)istência dessas mulheres aos valores patriarcais. Foram entrevistadas dez mulheres rurais solteiras, com mais de 40 anos, provenientes de quatro estados da região Nordeste. Identificamos o recorrente uso de termos pejorativos para denominar as mulheres solteiras e percebemos que, apesar de o caráter conservador ainda se fazer presente no meio rural, as mulheres entrevistadas ressignificam a sua condição, exaltam a sua liberdade e demonstram satisfação por não terem constituído uma família que atende ao modelo hegemônico.
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