Resumo: O propósito deste estudo foi realizar um sistema de avaliação com realimentação visual do desempenho funcional em crianças com Síndrome de Down (SD) e compará-lo com o desempenho de uma criança sem SD. Foi também desenvolvido um método quantitativo exploratório para conformar uma base de dados. Foi implementado um Protocolo de Avaliação de Desempenho na atividade de alcance e encaixe de uma argola, utilizando um Sistema de imersão virtual com uma câmera RGB-D para medir os parâmetros cinemáticos do corpo. Foram avaliados treze participantes, 12 com SD e 1 sem SD, com idades entre 9 e 10 anos. Os perfis de desempenho funcional medidos foram identificados e analisados, verificando os movimentos de alcance e encaixe realizados pelas crianças com SD. Foi medida uma média máxima e mínima para cada amplitude angular do cotovelo. Os resultados demonstram a significância dos parâmetros obtidos com o sistema de imersão virtual. Os achados sugerem a importância de um sistema de intervenção que ajude a criança a desenvolver mais facilmente suas habilidades, bem como a importância de um sistema de medição permanente que forneça parâmetros objetivos de seu progresso. IntroduçãoA Síndrome de Down (SD) é uma das disfunções genéticas mais frequentes em todo o mundo e é a causa mais comum de deficiência intelectual [1]. As alterações apresentadas por pessoas com SD podem representar problemas com respeito à sua funcionalidade e independência para a realização das Atividades da Vida Diária (AVDs), mesmo durante a vida adulta [2]. Com a prática de atividade física, o indivíduo com SD se torna capaz de conhecer melhor o mundo em que vive, a partir do momento em que passa a conhecer seu corpo e suas capacidades intelectuais por meio dos movimentos [3]. Estudos mostram que uma estimulação precoce adequada é capaz de gerar melhoras no desenvolvimento motor de crianças com SD e que, por meio da experiência ativa obtida por estimulação, pode-se construir um novo padrão de comportamento, levando-as a modificações funcionais para a realização de AVDs [4].As restrições da habilidade em executar AVDs podem interferir no grau de funcionalidade do indivíduo. Atualmente, existe um interesse crescente no uso de tecnologias como ferramentas de intervenção na reabilitação motora e cognitiva nas mais variadas deficiências [5]. Uma das tecnologias empregadas para este fim é a Realidade Virtual (RV), que é caracterizada por uma interface homem máquina capaz de produzir um ambiente virtual tridimensional gerado por sistemas computacionais. O objetivo da RV é proporcionar ao usuário uma maior interação com o meio, levando-o a estimular diversos sentidos e ampliá-los [6]. A RV tem sido aplicada em diversas patologias, sendo cada vez mais utilizada como uma estratégia no cuidado de indivíduos com necessidades especiais, simulando a vida real de uma forma funcional, além de motivacional [7].
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