Resumo: O objetivo deste artigo é explorar aspectos da gravidez indesejada e da tentativa de aborto revelados numa avaliação da assistência pré-natal. Realizou-se uma pesquisa quanti-qualitativa, com 1035 puérperas da Região Metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo, Brasil, internadas para o parto em maternidades de referência do Sistema Único de Saúde. No inquérito populacional, coletaram-se dados sociodemográficos, bem como sobre sentimentos e expectativas diante da gravidez. Na etapa qualitativa, realizaram-se entrevistas semiestruturadas. Os resultados evidenciaram a tentativa de aborto inseguro em consequência da gravidez indesejada. Foram reveladas vulnerabilidades entre as pesquisadas, que demonstraram conhecimento popular sobre riscos do aborto para o bebê. Compreende-se que as mulheres se arriscam por meio do aborto induzido, revelando conflitos morais que persistem na sociedade brasileira, especialmente acerca do direito à vida e do direito à autonomia da mulher.
Introdução: O aborto provocado é uma prática persistente no Brasil, notadamente nas regiões com piores condições socioeconômicas e precário acesso à saúde. Objetivo: Analisar as práticas abortivas empregadas e o apoio social para realizar a interrupção da gestação (com ou sem perda fetal), a partir das experiências de mulheres que decidiram provocar aborto. Métodos: A partir de uma amostra de 742 parturientes uma pesquisa com abordagem qualitativa, envolvendo sete mulheres residentes em região com o menor Índice de Desenvolvimento Humano do Estado do Espírito Santo, Brasil. Foram realizadas entrevistas individuais a partir de um roteiro-guia. As entrevistas foram gravadas, transcritas e recortadas para análise de conteúdo temática sugerida por Lawrence Bardin. Resultados: O itinerário terapêutico adotado pelos sujeitos para conseguir concretizar a decisão de provocar o aborto ocorre no próprio domicílio e segue uma ordem que, em sua maioria, utiliza o Cytotec®, seguido pela busca de receitas caseiras, em um caminho silencioso e sigiloso e um sentimento de culpa confidenciado por elas diante da decisão de interromper a gestação. Conclusão: É necessário que essas mulheres ultrapassem a proteção social básica e as diferenças culturais, a fim de que estejam amparadas por serviços de saúde que sejam espaços de escuta, orientação e resolução.
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