Os haitianos se tornaram conhecidos da população brasileira, em especial, nas grandes capitais do país. Nas ruas, nos postos de trabalho, em eventos populares, os migrantes haitianos aparecem em nosso imaginário sob diferentes formas representacionais, normalmente, mediadas pelos discursos dos meios de comunicação de massa. O objetivo do artigo é discutir como determinados processos comunicativos, que ocorrem fora do “circuito oficial” da comunicação (TV, jornais, rádio e sites de mídias tradicionais), desestabilizam os discursos hegemônicos em prol de uma “cidadania transnacional”, de direitos e de dignidade ao migrante haitiano que vem ao Brasil e, mais especialmente, a Curitiba, no Paraná. O artigo, que é parte de uma pesquisa de mestrado, invoca a relação que a temática da migração mantém com o processo de globalização contemporânea, com as redes sociais que podem atuar como formas discursivas contra-hegemônicas e com perspectivas metodológicas que extrapolam os dados quantitativos para trazer perspectivas valorativas das identidades dos migrantes. Parte-se da premissa de que as práticas comunicativas dos migrantes haitianos constituem formas de resistência frente a processos de vida acelerados pela globalização, especialmente, aqueles relativos às identidades. Apresentam-se, como resultado, algumas formas como os haitianos têm utilizado diversas interações midiáticas para se colocar no novo território.
O Brasil tem passado por uma nova onda migratória nesta última década, caracterizada especialmente pelos fluxos de refugiados. Após uma contextualização desses movimentos, apresentamos o projeto de extensão Diaspotics, o qual congrega um ecossistema midiático atuante desde 2012 sob uma tripla perspectiva: formação de estudantes universitários, divulgação de informação sobre o tema das migrações à comunidade externa, além do apoio aos migrantes e refugiados no Brasil com vistas a constituir-se como espaço de pluralidade de perspectivas sobre a presença de migrantes transnacionais no país. Defendemos que a ideia de extensão esteja condicionada à abertura ao diálogo, condição da ação comunicativa (Freire, 1970), e possibilitada, no caso do qual tratamos, pela ação de pôr brasileiros e estrangeiros em um comum intercultural. Após exemplificar esse tipo de comunicação nas ações do projeto, compreendemos que o diálogo entre os diferentes é um caminho complexo, mas de solidez para construir uma sociedade mais justa.
A premissa de que todo migrante transnacional é um indivíduo colocado em estado de provisoriedade se aproxima das discussões sobre a hospitalidade mediadas por um comportamento disciplinado que associa estes indivíduos a uma polidez típica dos visitantes. Esse hífen teórico que aproxima migração e hospitalidade avança para o ambiente online e as manifestações individuais (self migrante) que buscam visibilidade nesse regime de transparência, autenticidade e produtividade típico das plataformas digitais. O objetivo do artigo é trazer, por meio de uma pesquisa aprofundada sobre uma influenciadora diaspórica em especial (sem reduzir-se a ela), como é construído o ethos da polidez do “hóspede” nessa ambiência e, além disso, busca-se observar como esse comportamento por vezes é subvertido pela atuação política frente à condição estrangeira.
O artigo foca nos usos das tecnologias de informação e comunicação (TICs) sobre a tomada de decisão de migrar realizada pelos haitianos que vieram ao Brasil, mais especificamente na cidade de Curitiba. Decorrente de uma ampla pesquisa sobre as práticas comunicativas dos haitianos, busca-se saber como as tecnologias de comunicação e informação contribuem na formação de um capital de mobilidade desses indivíduos, incorporando a teoria de Bourdieu – capital e habitus – à análise comunicativa estabelecida no universo da sociedade midiatizada e da globalização transnacional. Conclui-se que o caráter afetivo promovido pela circularidade informacional possibilita que se reconheçam novas formas de “ser migrante”.
O artigo é fruto de uma pesquisa realizada no trabalho catequético de uma paróquia na cidade de Londrina/PR, que contém em sua metodologia a observação das “aulas”, entrevistas com catequistas e um grupo focal com catequizandos do último período catequético. A construção teórica está baseada na comunicação comunitária e suas influências através dos estudos latino-americanos em comunicação, ressaltando, contudo, valores de pertencimento, cidadania e engajamento social. A pesquisa busca responder se a catequese prepara o adolescente para ser cidadão na sociedade contemporânea a partir da experiência vivenciada e busca trazer algumas pistas para a formulação de uma catequese comunicativa e comunitária.
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