RESUMO -O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é considerado o principal transtorno psiquiátrico associado à violência. A fim de analisar a possível relação entre bullying e o desenvolvimento tardio de sintomas de TEPT, o objetivo do presente trabalho foi o de identificar e organizar a produção cientifica da área. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica na literatura considerando livros e artigos publicados, bem como pesquisa eletrônica em bases de dados. A análise das pesquisas encontradas indicou que, apesar de os resultados apontarem uma relação entre TEPT e bullying, tanto na infância quanto a longo prazo, não há dados suficientes que explicitem como se dá essa relação. Contudo, há evidências de que alguns indivíduos que sofrem vitimização por bullying possam apresentar maior vulnerabilidade para desenvolver TEPT. Há muitos tipos de violência na escola, sendo que a vitimização escolar pode ser praticada tanto por pares quanto por professores. As consequências para alunos vitimizados na escola incluem sintomas físicos, doenças psicossomáticas, prejuízos sociais, emocionais e acadêmicos; sendo comuns: a depressão (Bond, Carlin, Thomas, Rubin, & Patton, 2001), a ansiedade (Fekkes, Pijpers, Fridriks, Vogels, & Verloove--Vanhorick, 2010) Palavras e os sintomas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).A escola tem sido apontada, pela literatura, como um local no qual a violência é cada vez mais comum (Francisco & Libório, 2009;Furlong, Morrison, & Jimerson, 2004;Ruotti, Alves, & Cubas, 2007). São frequentes as agressões entre alunos e funcionários (e vice-versa), os danos contra o patrimônio escolar e, também, a agressão entre pares, conhecida como bullying, sendo tal fenômeno o foco do presente estudo. O bullying no contexto escolarDe acordo com Olweus (1991), pesquisador pioneiro sobre violência entre pares na escola, bullying refere-se a ações físicas e sociais negativas que são cometidas intencionalmente, repetidamente, ao longo do tempo por uma ou mais pessoas contra um indivíduo que não pode se defender facilmente. Para Craig et al. (2009) O bullying pode ser dividido em quatro categorias: fí-sico, que envolve comportamentos como empurrar, bater, chutar; verbal, que inclui ameaçar, xingar; relacional, que se refere a atos que danifiquem o relacionamento entre pares, como exclusão de atividades, propagação de fofocas e mentiras; e o sexual, envolvendo condutas e comentários de natureza sexual (Orpinas & Horne, 2006). Há ainda o cyberbullying, no qual as agressões são feitas por meio de recursos eletrônicos, como computadores e celulares (Lamb et al., 2009;Trautmann, 2008).
ResumoA homofobia pode estar presente nas escolas de diversas formas, envolvendo múltiplos agentes escolares e favorecendo o desenvolvimento de diferentes sintomas psicológicos e psiquiátricos por parte das vítimas. A presente pesquisa teve o objetivo de descrever os relatos retrospectivos de estudantes universitários sobre as suas piores experiências escolares motivadas por homofobia, apontando a duração das mesmas, os principais agressores envolvidos e os sintomas advindos dessas experiências. Entre os 638 participantes que responderam à "Escala sobre Experiências Escolares Traumáticas em Estudantes -Revisada" de um estudo mais amplo sobre vitimização escolar, 21 (3,3%) descreveram componentes homofóbicos na pior experiência. Os relatos descrevem principalmente vitimização verbal e também situações de isolamento social, sendo que para 14 desses estudantes a experiência durou "anos". Em relação às consequências da homofobia, 19 participantes apontaram que se "incomodaram muito com a experiência", sendo descritos sintomas clinicamente signifi cativos, tais como de depressão e de Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Aponta-se a necessidade de novas pesquisas e são discutidas potenciais intervenções na escola para combater a homofobia. Palavras-chave:Homofobia na escola, bullying homofóbico, sintomas de homofobia na escola. Reports from University students on their Worst School Experiences on Homophobia AbstractHomophobia may be present at schools in several ways, involving multiple school agents, and favoring the development of many psychological and psychiatric symptoms by victims. This study aimed to describe university students retrospective reports on their worst school experiences motivated by homophobia, identifying their duration, main perpetrators involved, and symptoms resulting from these experiences. Among the 638 participants who answered the "Student Alienation and Trauma Survey -R" for a larger Brazilian study on school victimization, 21 (3.3%) reported homophobic components in their worst experience. The reports describe mainly verbal victimization and also social isolation situations, and for 14 students the experience lasted for "years". In terms of consequences from homophobia, 19 participants indicated that they were "much bothered from the experience", describing clinically
O objetivo desse estudo foi descrever as piores experiências escolares vivenciadas por estudantes, apontando a frequência e a duração desses eventos, os principais autores da violência, bem como as características dos alvos de violência (idade, série, tipo de escola). Para tanto, 691 estudantes universitários de ambos os sexos (média de 21,1 anos) responderam a uma versão traduzida e adaptada para o Brasil do instrumento retrospectivo Student Alienation and Trauma Survey-R. Os tipos de piores experiências mais frequentes foram violência relacional (35,7%) e verbal (27,4%). As meninas sofreram com mais frequência violência verbal, relacional e sexual e os meninos violência física e disciplina injusta; sendo que os autores da violência foram, em sua maioria, estudantes do sexo masculino. A idade média de ocorrência das experiências foi 12,3 anos, e 10,5% dos participantes apontaram que a pior experiência durou "anos". Tais dados contribuem para a caracterização da violência escolar no Brasil, reforçando a urgência de intervenções. Palavras-chave: violência escolar; experiência de vitimização; bullying.
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