O artigo objetiva investigar a Proposta Curricular de Língua Portuguesa de 2º grau (1977) da rede estadual paulista e seus volumes associados, explorando como a ideia de pluralidade orientou as inovações pedagógicas, literárias e linguísticas do período. Discute-se em perspectiva sócio-histórica uma Proposta que incorporou as demandas de um sistema de ensino que passava por processos de expansão acentuada desde a Lei 5692/71, trazendo pluralidade social e cultural ao alunado atendido. As soluções encontradas pelo documento se expressam em suas escolhas de atividades de ensino e na incorporação de novas concepções literárias em circulação no espaço acadêmico dos anos 1980. O resultado de tais influências configurou uma Proposta de ensino e de formação que influenciou os debates educativos das décadas seguintes em que a ênfase na ideia de pluralidade se torna estratégia de reafirmação de sistemas de classificação de leitura e do que ler já tradicionais na disciplina Língua Portuguesa.
Esse texto tem como objetivo investigar as relações entre a literatura e as mulheres, a partir da compreensão das funções e significados atribuídos à literatura por elas. Para tanto, fazemos uma incursão na produção de artigos sobre o tema de modo a compreender como, ao longo do tempo, as mulheres se constituem em um público leitor e os usos que elas fazem da literatura. Este esforço se mostra importante no campo educacional, uma vez que a literatura tem se constituído como um espaço significativo de educação feminina em ambientes distantes da escola, quando se pode formar comportamentos femininos desejados bem como fazer desse objeto um modo de reivindicação social. Percebemos que a literatura tem se mostrado um lugar de disputa em que representações sobre as mulheres entram em debate. Assim, existe um conjunto de publicações que tendem à manutenção do modelo feminino ligado ao lar e aos filhos, mas existe também uma forte prática de escrita feminina que busca maiores liberdades e direitos para as mulheres.
Ao longo da nossa trajetória de vida vamos colecionando obras e autores que se tornam inesquecíveis. Por diversas razões, alguns trechos, personagens e tramas permanecem apesar da passagem do tempo e do acúmulo de novas experiências de leitura, compondo a paisagem de nossas bibliotecas vividas. Ao acompanhar as singularidades das trajetórias de três autoras, que apresentam elementos da tessitura de suas bibliotecas pessoais, este artigo busca investigar os sentidos formativos na construção de relações pessoais com a leitura. Compreende-se que tais aprendizados pelos livros fazem proliferar modos de pensar sobre si e sobre o outro, assim, o artigo buscará insistir sobre esses espelhamentos múltiplos dos livros nas experiências individuais. Um dos aspectos a serem considerados diz respeito aos modos como são incorporados os critérios de julgamento dos livros e seus autores às experiências por meio das quais se aprende que certas leituras são consideradas boas e reconhecidas como legítimas representantes da cultura valorizada, enquanto outras, pelo contrário, são percebidas como más, nocivas ou perigosas para a formação do leitor. Sendo também professoras, as autoras recuperam ainda as suas histórias de relação com as leituras na universidade num duplo sentido: como alunas e como docentes.
Este artigo investiga os processos de formação docente descritos em dois livros publicados na primeira metade do século XX, a saber: “O calvário de uma professora”, de Dora Lice, e “Clarissa”, de Érico Veríssimo. Investe-se na leitura desses livros como romances de formação que ao apresentarem as personagens-professoras em diferentes circunstâncias, escolares e não escolares, permitem identificar os complexos processos que constroem suas identidades profissionais. As temáticas relacionadas à escolha profissional das protagonistas, as questões de gênero presentes nos enredos das obras, assim como os usos potenciais das obras literárias para tratar dos temas da história da educação brasileira, incluindo a história da escola, da profissão docente, e os embates entre o método tradicional e as ideias renovadas de ensino constituem eixos articuladores da análise aqui proposta.
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