Introdução: A síndrome hipertensiva, incluindo a Doença Hipertensiva Específi cada Gestação (DHEG), a Hipertensão Arterial Sistêmica Crônica (HAC) e a HAC com DHEGsuperajuntada, pode resultar em insufi ciência placentária que, por sua vez, está fortementerelacionada à restrição de crescimento intra-uterino (RCIU), patologia associada a elevado riscode morbi-mortalidade perinatal. Avaliar as condições intra-útero é de grande importância paraa conduta, seguimento e até mesmo interrupção dessas gestações, e é nesse momento quea cardiotocografi a (CTG), o perfi l biofísico fetal (PBF) e a dopplervelocimetria ganham papéisde destaque no acompanhamento pré-natal. Objetivo: Avaliar o papel da CTG, do PBF e dadopplervelocimetria nas síndromes hipertensivas, comparando os grupos DHEG e não DHEGe analisando seus valores com os resultados pós-natais. Materiais e métodos: Trata-se de umestudo retrospectivo em que foram analisados prontuários de 247 gestantes hipertensas quetiveram seus partos no HCFMUSP entre nov/2005 e nov/2006. Os seguintes métodos diagnósticosforam analisados: cardiotocografi a anteparto, perfi l biofísico fetal, dopplervelocimetriasda artéria umbilical (A/B e PI) e da artéria cerebral media, e ultrassonografi a. As variáveisperinatais estudadas foram: índice de Apgar, gasometria da artéria umbilical e classifi cação dopeso do recém-nascido de acordo com a idade gestacional. Os estudos estatísticos utilizadosforam o teste de Fisher e o de qui-quadrado (x2), considerados signifi cativos quando p < 0,05.Resultados: Pacientes com DHEG apresentaram resultados anormais de Dopplervelocimetriade artérias umbilicais pelo índice A/B (p = 0,0424) e PI (p = 0,028613), maior proporçãode RCF pela USG (p = 0,0294) e proteinúria de 24 horas alterada (p<0,0001). Esse métodotambém mostrou correlação com o PIG (p 0,0032), Apgar (p 0,01806) e pH (p 0,0086). A CTGtambém mostrou maior correlação com ocorrência de PIG (p 0,0017). Conclusão: Apenas adopplervelocimetria das artérias umbilicais correlacionou-se com DHEG, assim como com oApgar e pH < 7,20. Além disso, essa e a CTG correlacionaram-se com a ocorrência de RNPIG. Dessa forma, notou-se nítida superioridade dessa primeira na predição dos resultadosneonatais adversos.