Este artigo consiste em apresentar uma breve análise sobre o canto orfeônico dirigido por Heitor Villa-Lobos, diante dos aspectos políticos, ideológicos e pedagógicos musicais. A partir de um levantamento de produções acadêmicas ligadas à temática, buscamos um diálogo reflexivo diante dos principais pontos relacionados ao ensino de música na escola pública da primeira metade do século XX, destacando as consonâncias com o pensamento político guiado pelo regime do Estado Novo.
O funk como expressão musical se constitui em um contrassenso binário entre o seu apogeu midiático e, ao mesmo tempo, o imaginário social discriminatório atribuído por heranças preconceituosas que se perpetuam no horizonte da vida social das pessoas. A expressão “funk não é música” é facilmente ventilada em uma roda de conversa entre amigos e, muitas vezes, naturalizada pelo senso comum. Tal expressão é o mote deste estudo, que busca propor uma reflexão sobre o valor discriminatório atribuído ao funk, entendendo tal fenômeno como elemento indispensável nas discussões sobre práticas de ensino diante da diversidade em música. Para esta reflexão, buscamos suporte teórico em estudos do campo da educação e cultura e do campo da educação musical em suas interfaces com a etnomusicologia. O estudo contou, como procedimento de coleta de dados, com a observação de aulas e o uso de entrevistas semiestruturadas com cinco estudantes e dois professores de música que participaram deste estudo. A análise crítica dos dados, apresentada ao longo de duas seções no presente texto, problematiza as formas como o funk atravessa o imaginário social cotidiano, a partir das narrativas dos participantes do estudo. Nas considerações, apontamos questões que podem se tornar pontes reflexivas para pensarmos a complexidade da diversidade musical como fenômeno inerente à sala de aula e, ao mesmo tempo, problematizarmos diversidade e diferença como conceitos fundamentais para pensarmos práticas educativo-musicais contemporâneas.
O artigo apresenta uma análise da produção acadêmica a partir de perspectivas teóricas e conceituais inter/multiculturais publicadas em dois periódicos especializados - a Revista da ABEM e o International Journal of Music Education - na última década. O principal foco de análise foi à consideração desse quadro teórico/conceitual como mote de diálogo interdisciplinar para discutir questões relacionadas às formas como a diversidade musical se manifesta nos discursos da referida produção. O levantamento das produções compreende o período de 2009 a 2019[1] nos respectivos periódicos. Os resultados desta análise mostram que a diversidade musical/cultural se materializa de diferentes maneiras, resultando em diferentes respostas ao tratamento das diferenças culturais. Nas considerações, o estudo destaca a importância de construção de debates e reflexões sobre uma concepção de diversidade musical para além da perspectiva da pluralidade. Nessa ótica, este estudo aponta a necessidade de se considerar as interações e tensões culturais como fenômenos inerentes às ressignificações de saberes e conhecimentos a partir de diferentes expressões culturais.
Palavras-chave: Educação Musical; Diversidade Musical; Inter/multiculturalismo.
[1] O período citado decorre do fato deste levantamento bibliográfico ser material constitutivo de um recorte de um dos capítulos de tese de doutorado defendida em 2019.
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