Resumo Conhecer como se organiza o processo de trabalho em qualquer atividade produtiva é essencial para entender os impactos na saúde dos trabalhadores. Esse conhecimento inclui a forma de organização da sociedade, que pode influir no desenvolvimento do ser, como também contribuir para seu estranhamento/alienação. No estudo buscou-se compreender como se organiza o processo de trabalho do campesinato em dois assentamentos influenciados por lógicas distintas – a do agronegócio e a da agroecologia – e, a partir dessa relação, como ocorre o estranhamento do trabalho e seus impactos na saúde dos assentados. Tratou-se de um estudo de casos múltiplos, baseado em abordagem qualitativa, com a utilização de entrevistas semiestruturadas e grupos focais. O estudo foi realizado entre os meses de janeiro e maio de 2016, em dois assentamentos da Região Metropolitana do Recife. O processamento e a análise dos dados seguiram uma perspectiva que considera a totalidade e a historicidade das relações sociais e sua articulação com os processos sociais particulares. Os resultados revelaram que a condição de estranhamento (e combate a este) ocorre de diferentes formas nos dois assentamentos. Quando influenciado pelo agronegócio, apresenta-se em uma produção especializada, quase exclusiva de mercadorias e com uso intensivo de agrotóxicos. Já em relação à influência da agroecologia, apresenta uma produção diversificada, abolindo o uso de agrotóxicos e com menor intensidade no trabalho.
Resumo Objetivou-se analisar a relação entre a superexploração da força de trabalho com o conceito de desgaste em trabalhadores de facções instaladas em dois municípios do Polo de Confecções do Agreste Pernambucano. O estudo, baseado em abordagem qualitativa, desenvolveu-se nos anos de 2017 e 2018 nos municípios de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. Foram realizadas 14 entrevistas semiestruturadas que seguiram roteiro pré-estabelecido organizado em três eixos prioritários: perfil do trabalhador; aspectos sociais e de trabalho; e aspectos relacionados à saúde. Na análise dos dados, considerou-se a totalidade e historicidade das relações sociais e sua articulação com os processos sociais particulares (método dialético). As categorias orientadoras essenciais para compreender a estrutura e a dinâmica do processo saúde-doença dos trabalhadores das facções foram: superexploração da força de trabalho, jornada de trabalho, processo de trabalho e de produção. Os conceitos de: precarização, intensificação, cargas de trabalho, desgaste da força de trabalho também foram importantes mediadores teóricos da análise. A superexploração da força de trabalho foi elemento essencial para compreensão do processo de desgaste precoce da força de trabalho, revelando tendência a um esgotamento prematuro destes trabalhadores ao longo dos anos.
A implantação e evolução das Políticas de Saúde no campo foi um processo muito difícil, estando associado principalmente aos interesses das elites rurais. Com isso, há necessidade de aprofundamento no tema, e este estudo realizou uma revisão bibliográfica sobre as políticas de saúde no meio rural brasileiro, desde o período colonial até os dias atuais, com a criação da Política Nacional de Saúde Integral dos Povos do Campo e da Floresta. Os primeiros séculos no Brasil demonstram um desinteresse do Poder Público para com as populações rurais. As primeiras políticas de saúde para o campo surgem apenas no início do século XX, evoluindo em sua maioria para a manutenção de trabalhadores(as) sadios(as), com a finalidade de assegurar uma maior produção. Mesmo com a criação do Sistema Único de Saúde a saúde dos povos do campo ainda continuava marginalizada. Esse processo vem mudando desde a criação do Grupo Terra e da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta, trazendo os excluídos para o centro da discussão e construção de uma pauta específica. Essa transformação aponta pela primeira vez para o protagonismo das populações do campo na construção e aplicação de uma Política de Saúde para o meio rural brasileiro.
Resumo É essencial o entendimento das mudanças ocorridas no mundo do trabalho e de como estas se relacionam com o processo saúde-doença. Objetivou-se analisar as expressões da superexploração da força de trabalho e sua repercussão na saúde dos trabalhadores de facções instaladas em dois municípios do arranjo produtivo local de confecções do Agreste pernambucano. A pesquisa foi orientada por uma perspectiva que considera a totalidade e a historicidade das relações sociais e sua articulação com os processos sociais particulares. Foram aplicados questionários e entrevistas semiestruturadas para trabalhadores da confecção dos municípios de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, no ano de 2017. Os resultados foram analisados com base no método dialético. A superexploração da força de trabalho se expressou nas relações de trabalho por meio da articulação da remuneração da força de trabalho abaixo de seu valor, do aumento do valor histórico moral da força de trabalho sem seu pagamento correspondente, da extensão das jornadas de trabalho e da intensificação do trabalho exercido nas facções. Tais características tendem a violar o fundo de consumo e de vida dos trabalhadores, que poderão apresentar um desgaste precoce de sua força de trabalho, podendo ser evidenciado pelo adoecimento e/ou perda precoce da capacidade para o trabalho.
RESUMO Desde 2013, Pernambuco desenvolve o Plano de Vigilância em Saúde de Populações Expostas aos Agrotóxicos, cujas estratégias incluem o cadastro de trabalhadores rurais aplicadores de agrotóxicos, realizado pelas Equipes de Saúde da Família. Com o objetivo de descrever as características do uso de agrotóxicos, o perfil dos trabalhadores atuantes com essa prática e as condições de saúde que os constitui foram analisados, no período de janeiro de 2015 a agosto de 2019. Realizou-se estudo transversal, descritivo, em que as variáveis selecionadas foram organizadas em quatro grupos: 1) Características sociodemográficas; 2) Condições de saúde; 3) Características do uso do agrotóxico; e 4) Princípios ativos mais utilizados e suas categorias de análise. Os resultados evidenciam que, entre os aplicadores de agrotóxicos, encontram-se pessoas menores de idade, idosas, analfabetas, sem treinamento e sem Equipamento de Proteção Individual; a utilização de agrotóxicos proibidos e classificados como extremamente tóxicos; e a comercialização de agrotóxicos sem o controle adequado. Além de apontar caminhos mediante a análise do cenário apresentado, esta pesquisa indica a urgência de articulação intersetorial para a efetividade da promoção e proteção da saúde dessa população.
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