Este artigo tem por finalidade buscar novos olhares sobre as criações do imaginário ritualístico dentro da Ação Integralista Brasileira. É observado o processo de cooptação ideológico engendrado pelo dispositivo imagético-protocolar construído pelo movimento, assim como suas implicações no projeto disciplinar doutrinário de conformação daquilo que é aceito pelo próprio movimento como a célula aglutinadora da AIB: o “homem integral”. Tomamos como base a análise estrita do compêndio intitulado Protocollos e Rituaes, de 1937.
A eleição do atual presidente do Brasil em 2018, Jair Messias Bolsonaro, representa uma tendência internacional, vivida na última década, de ascensão de governos conservadores e autoritários de direita. Desde sua campanha à eleição presidencial, Bolsonaro e o bolsonarismo têm apresentado como base de sua performance midiática e espetacular o militarismo e a religiosidade evangélica pentecostal. Estes elementos essenciais do bolsonarismo traduzem em forma de representação social do político suas predisposições a utilização do instituto do estado de exceção, cujo consenso se constrói a partir de narrativas que articulam os mitos políticos do conspiracionismo e do salvacionismo de fundo cristão e anticomunista, que revisita a tradição de culturas políticas de direita do período da Ditadura Militar (1964-1985) com adição de novos motivos neoliberais. Este capítulo analisa, a partir desta fala, a performance e as ações do Governo Bolsonaro e do bolsonarismo durante a Pandemia do Covid-19. Nossa abordagem articula as teorias e métodos de Raoul Girardet e Ernst Cassirer à teoria dos atos de fala da escola collingwoodiana, tomando como base político-filosófica as discussões sobre as tensões entre Direitos Humanos e Estado de Exceção.
Resenha do livro Galimi, Valeria; Annarita Gori, edit. Intellectuals In The Latin Space During The Era Of Fascism: Crossing Borders. London; New York: Routledge; Taylor and Francis Group, 2020. (Routledge Studies in Modern History).
No atual cenário político em que o passado trágico insiste em se repetir como farsa, a historiografia e as ciências sociais, no Brasil e no mundo, têm sido marcadas pelo justificado aumento das pesquisas sobre o pensamento e a ação política no campo das Direitas, havendo aumentado consideravelmente o interesse do grande público pelo passado dos regimes e movimentos políticos das Direitas no século XX, especialmente, sobre o passado dos fascismos. É nesse atual contexto histórico em que se insere de forma necessária e coerente o livro “Plínio Salgado: um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975)”, do historiador brasileiro Leandro Pereira Gonçalves, livro publicado em Portugal, em 2017, pela editora Imprensa de Ciências Sociais, e no Brasil, em 2018, pela FGV Editora.
Nosso objetivo é sugerir uma reflexão contraintuitiva sobre o conceito de Gewalt ("violência"; "poder") em Walter Benjamin, em torno do tema do poder constituinte e do estado de exceção no Estado democrático de direito. Nosso método se inspira na proposta benjaminiana de uma história política da literatura feita a contrapelo, a partir da perspectiva de "história vista de baixo". As fontes deste estudo foram os textos de Benjamin:
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