RESUMO Objetivo: Investigar os efeitos da atuação na linha de frente da COVID-19 na saúde mental de profissionais de hospital público. Métodos: Análise transversal de entrevistas de ingresso em estudo prospectivo, com abordagem mista, em hospital da rede pública no Sul do Brasil. Resultados: Foram entrevistadas 123 pessoas, 76% profissionais de enfermagem e 81% mulheres. Escore igual ou superior a sete pontos no Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) foi obtido para 40% da amostra, 45% tiveram escore igual ou superior a 25 pontos na Perceived Stress Scale (PSS) e 41% atingiram escores compatíveis com burnout no Inventário de Burnout de Oldenburg (OBI). Os desfechos estiveram associados entre si (p < 0,05), mas nenhuma associação foi verificada com as variáveis independentes. Nas entrevistas em profundidade, foram destacados como dificuldades: longos plantões sem intervalos, bem como paramentação, pressão e cansaço maiores que os habituais, isolamento no próprio hospital, risco da própria contaminação e temores e culpa relacionados às famílias. A união da equipe apareceu como aspecto que favorece o desempenho no enfrentamento dessa situação. Conclusões: Profissionais apresentam quadro de sofrimento psicossocial. Recomenda-se priorizar repouso e intervalos, o que poderá exigir adequações de rotinas e espaços físicos, além de ampliar a oferta de apoio emocional às equipes.
RESUMO Objetivo: Investigar a relação entre a realização de testes para detectar COVID-19 e indícios de sofrimento psíquico, estresse e burnout entre profissionais de saúde da linha de frente da pandemia em um hospital geral. Métodos: Estudo prospectivo de abordagem mista usando SRQ-20, PSS, OBI e entrevistas em profundidade em série de três entrevistas em 2020. Resultados: Prevalências preocupantes de escores elevados de SRQ20, Burnout e Estresse Percebido ocorreram nas três entrevistas, e o registro de testes realizados foi crescente no período estudado, mas não houve associação entre desfechos e realização de testes para detectar COVID-19. Os temores de contrair a doença e de ser transmissor do vírus apareceram como os principais estressores para profissionais de saúde, mantidos apesar da realização de testes. Conclusões: Nesse grupo, testes realizados não se mostraram suficientes para modificar os efeitos psicossociais da atividade em linha de frente sobre profissionais de saúde.
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