O artigo analisa publicações da nosotros, editorial – editora independente preocupada em dar visibilidade à produção de mulheres argentinas e brasileiras. Em plaquetes lançadas, em sua maioria, de forma bilíngue (espanhol-português), a editora retrata o trabalho, em curso, de poetas com diversidade temática e estética. O texto pretende discutir: i) processos de apagamento e inclusão de mulheres em meios institucionais e antologias poéticas na poesia brasileira; ii) a dificuldade de uma poeta madura continuar publicando ainda hoje; iii) o mercado independente como o espaço que resta possível para articular resistências e novas poéticas; iv) os temas do deslocamento físico e a busca por novas estradas para se encontrar caminhos. Na metodologia, apontam-se estatísticas sobre antologias poéticas do início do século XXI para se medir a exclusão de mulheres, além do uso de chaves teóricas dos estudos de gênero e da crítica feminista para análise dos poemas. Conclui-se que a tarefa editorial da nosostros e este próprio texto são gestos para se garantir a memória de poetas mulheres, retratar seus trabalhos em curso, para afirmar que existem e para poderem persistir no porvir.
O objetivo deste artigo é analisar a obra Rato(2007), de Luís Capucho, por meio dos percursos que a personagem principal, inscreve em seu caminhar pela cidade e de que maneira tais percursos revelam escolhas que são produtos da dimensão interior, perpassada por sua identidade gay que é considerada abjeta. Pretende-se evidenciar como os aspectos literários dão conta da experiência urbana que se imiscui às relações homoeróticas, revelando questões como identidade, injúria e errância.
Luiza Romão é uma poeta contemporânea contundente que desconstrói, por meio de seus versos, discursos hegemônicos arraigados, tensionando questões de gênero, raça e classe, em uma perspectiva feminista interseccional. Inscrita na literatura marginal-periférica, a autora é pioneira no movimento dos slams e abriu portas para que outras escritoras encontrassem seu espaço nas batalhas de poesia oral. Sangria (2017, Selo do Burro), seu segundo livro reconta a história do Brasil pela perspectiva do útero, como num ciclo menstrual. Vinte e oito poemas problematizam o lugar da mulher na sociedade, as estruturas patriarcais, o discurso misógino e racista e fazem da obra uma resposta contundente à situação política e social em que estamos inseridos. Sangria é palavra em estado de lança, corte que revela as fendas e violências. Neste artigo analisaremos o contexto em que Luiza Romão está inserida, a concepção estética do livro, seus poemas e a maneira como a literatura se converte em ferramenta para resgatar vozes silenciadas e revidar práticas opressoras.
A antologia Furiosa se faz de quatro livros de Ana Rüsche: os já publicados, Rasgada (2005), Sarabanda (2007), Nós que adoramos um documentário (2010); e o inédito, Inverno num país tropical (2015). Esta resenha percorre a obra pelas perspectivas do corpo e da colagem para mostrar que a autora tem uma predileção por borrar limites e subverter padrões. O termo punk pônei é uma alusão ao poema “lugar-comum 36: maquiagem” e se relaciona à contundência e à assertividade de suas construções poéticas.
<p>A poética de Elizandra Souza traz uma preocupação estética, literária e política com a subalternização das mulheres periféricas, relegadas pelo cânone literário nacional e marginalizadas tato pela questão de gênero quanto pelo viés geográfico-econômico e, na maioria das vezes, pelo viés racial. Importante expoente da literatura marginal-periférica, a autora tem como prática literária a busca constante pela desconstrução da representação feminina tradicional e eurocêntrica, a problematização de mitos e tabus, além de denunciar a violência e o estigma imputados às mulheres periféricas. Ao romper com agentes mediadores do processo de produção editorial, revela uma autorrepresentação que vem de dentro da periferia. O objetivo deste artigo é analisar as questões de gênero que perpassam os poemas utilizados como recorte deste estudo, contidos nos livros <em>Punga</em> (2007) e <em>Águas da Cabaça</em> (2012), e verificar como a linguagem literária é utilizada para evidenciar o corpo como espaço simbólico de luta e resistência. Para tal, serão utilizadas as perspectivas teóricas de autoras como Sueli Carneiro (2003), Bell Hooks (2014), Guacira Lopes Louro (2010), Elaine Showalter (1993), Lucia Teninna (2015) e Naomi Wolf (1992).</p>
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