Resumo O artigo relata a experiência das oficinas "A Narrativa revela o sentido sem cometer o erro de defini-lo" sobre direitos humanos e criação literária ministradas pelas autoras - atividades guiadas pelo pensamento filosófico de Hannah Arendt. A metodologia aplicada teve como inspiração o curso de Arendt "Experiências políticas no século XX" (ministrado em 1965), relatado por Celso Lafer no artigo "Experiência, ação e narrativa: reflexões sobre um curso de Hannah Arendt". A criação literária mostrou-se uma poderosa ferramenta de reflexão sobre questões que envolvem direitos humanos, principalmente em momentos de crise.
O artigo analisa publicações da nosotros, editorial – editora independente preocupada em dar visibilidade à produção de mulheres argentinas e brasileiras. Em plaquetes lançadas, em sua maioria, de forma bilíngue (espanhol-português), a editora retrata o trabalho, em curso, de poetas com diversidade temática e estética. O texto pretende discutir: i) processos de apagamento e inclusão de mulheres em meios institucionais e antologias poéticas na poesia brasileira; ii) a dificuldade de uma poeta madura continuar publicando ainda hoje; iii) o mercado independente como o espaço que resta possível para articular resistências e novas poéticas; iv) os temas do deslocamento físico e a busca por novas estradas para se encontrar caminhos. Na metodologia, apontam-se estatísticas sobre antologias poéticas do início do século XXI para se medir a exclusão de mulheres, além do uso de chaves teóricas dos estudos de gênero e da crítica feminista para análise dos poemas. Conclui-se que a tarefa editorial da nosostros e este próprio texto são gestos para se garantir a memória de poetas mulheres, retratar seus trabalhos em curso, para afirmar que existem e para poderem persistir no porvir.
O romance As águas-vivas não sabem de si de Aline Valek (2016) e a novela Deixe as estrelas falarem de Lady Sybylla (2017) traduzem os anseios dos ideários culturais e políticos no Brasil contemporâneo. Neste artigo, discute-se o gênero literário "ficção científica", por intermédio do insólito ficcional, apresentando-se o contexto histórico nacional e internacional dos anos 2010 e analisando-se as formas literárias nos textos tendo em vista a metodologia desenvolvida pela crítica materialista e observando-se as teorias feministas e estudos de gênero no século XXI.
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