Desde o desenvolvimento da técnica do transplante de fígado (TF) e da realização das primeiras cirurgias, os desafios em torno desse procedimento foram os mais variados. Distúrbios como acidose, hiponatremia, hipercalemia e hipocalcemia podem ser observados nos pacientes após TF. Apesar da recorrência, esses distúrbios são escassamente estudados. Objetivo: Analisar quais são as alterações hidroeletrolíticas e acidobásicas mais frequentes no pós-operatório imediato dos pacientes submetidos ao TF, sua prevalência e a relação dessas alterações com outras complicações frequentes nesses pacientes. Método: Este é um estudo retrospectivo transversal, que incluiu 599 pacientes que se submeteram ao transplante de fígado entre 1999 e 2021. A coleta dos dados foi realizada através da análise de prontuários da Unidade de Transplante de Fígado (UTF), do Hospital Universitário Oswaldo do Cruz em Recife (PE). Resultados: A hiponatremia esteve presente em 18% da amostra, hipocalemia em 21%, hipocalcemia em 77%, 40% apresentavam hiperfosfatemia e 69% possuíam hipomagnesemia. A hipoalbuminemia esteve presente em 98% dos pacientes e 69% possuíam hiperlactatemia. A acidose estava presente em mais de 55% da amostra. Conclusão: Os distúrbios hidroeletrolíticos e ácidobásicos são bastante prevalentes nos pacientes em pós-operatório imediato de transplante de fígado. Chamam atenção distúrbios do cálcio, magnésio, albumina, lactato, além da acidose.
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