Tenta-se pensar algumas faces do conceito psicanalítico de repetição, tanto em sua dimensão teórica quanto clínica. Analisa-se, junto a Freud, a relação entre ela e outros conceitos clínicos como os de recordação, resistência, transferência e atuação. Por meio do pensamento lacaniano, indica-se o caráter fundamental deste termo para o saber psicanalítico, sua relação com os conceitos de Tiquê, de Autômaton, de objeto a e de cadeia de significantes, e sua aproximação com a "retomada " kierkegaardiana. E com Miller estuda-se o lugar da angústia como operador que produz uma desarticulação na amarração ordenada, exposta no fenômeno da repetição.
RESUMO. O presente trabalho se propõe a questionar se o método de interpretação na clínica psicanalítica pressupõe relações de poder que engessam a experiência clínica em valores universalizantes. Partindo das críticas de Deleuze, Guattari e Foucault à psicanálise, os autores concluíram que a prática da interpretação pode obliterar a experiência clínica, enquadrando-a em um ciclo de idéias universais e intimistas que apontam para a pressuposição de verdades instituídas pelos próprios conceitos psicanalíticos. Esta crítica indica que a clínica psicanalítica pode ser um campo de experimentação onde o sofrimento psíquico seria tratado sem priorizar a violência interpretativa. Palavras-chave: clínica psicanalítica, interpretação, campo de experimentação.
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